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AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL ESTABELECE PARCERIA COM NÚCLEO DE ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS DO IFPA-CAMPUS BELÉM

  • Publicado: Quinta, 30 de Abril de 2015, 14h18
  • Última atualização em Quinta, 30 de Abril de 2015, 15h49
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A Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil realizou audiência pública nesta segunda-feira (27), no Hangar Centro de Convenções, durante a VI Conferência Internacional de Direitos Humanos. No encontro, foram debatidos aspectos práticos do funcionamento do grupo e apresentadas denúncias de violações de direitos humanos no Pará. Também foi empossada a comissão no âmbito da Seccional.

A Seccional do Pará conta com 12 membros, 35 consultores e 15 convidados judiciário. E, de maneira inédita, estabeleceu uma parceria com o Instituto Federal do Pará, através do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros -NEAB, que servirá de base para colaborações de outros Institutos do Brasil com a Comissão Nacional da Verdade.

A coordenadora do NEAB, Helena Rocha, foi empossada secretária da Seccional do Pará e destacou a importância da participação do IFPA nesse processo: "os Institutos Federais, que na época se chamavam Escolas de Aprendizes Artífices, em 1909, foram criados com a missão de levar educação aos excluídos... Não poderíamos ficar de fora desse importante processo"

Segundo Wilson Prudente, membro da Comissão, “o crime da escravidão não foi reparado no sentido de que não há nem um pedido de desculpa formal do Estado brasileiro”.

“A sociedade pós-moderna vive assombrada pelo espírito da escravidão. O Brasil ainda não se olhou no espelho para apagar essa mancha do passado. Todo processo histórico traumático requer um encontro para que pessoas possam seguir adiante”, explicou. “A Comissão trabalha sobre três perguntas: Quais foram, por quem foram e como foram cometidos os crimes que tornaram realidade a escravidão negra no brasil.”

“Precisamos trazer para a pauta o tema da escravidão. A nação sempre quis colocar para baixo do tapete, desde a abolição. Fomos jogados à própria sorte. É necessário curar a sociedade brasileira da patologia do branco brasileiro, que acha que está nascendo com um capital que é a cor da pele, enquanto negro traz prejuízo. A sociedade, quando tolera o racismo, é porque ainda somos menos humanos. O certo é despertar empatia e não pena. Enquanto não for capaz de empatizar com população negra, não vai se curar dessa patologia. Comissão contribui para que sociedade comece processo de cura”, afirmou Zélia Amador de Deus, fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará.

A audiência pública contou com a participação da população paraense, que denunciou os abusos sofridos pelas populações quilombolas no Estado, que têm suas terras invadidas e seus rios poluídos, além de não contarem com estrutura básica de educação e saúde.

Depois de formada, a Seccional do Pará se prepara para coletar provas da escravidão no estado, levantar a memória da população negra escravizada, buscar a aferição de responsabilidades e a demonstração da importância das ações de afirmação como meio de reparação à população negra.

 

João Augusto Rodrigues - Comunicação IFPA

 

 

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