IFPA realiza I Encontro de Educação a Distância
Na quinta-feira e sexta-feira, dias 28 e 29 de setembro, aconteceu no Campus Belém o I Encontro de Educação a Distância do Instituto Federal do Pará – I e-EAD, organizado pelo Centro de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância do IFPA (CTEAD). O objetivo foi refletir sobre como o IFPA e outros Institutos Federais da Região Norte estão caminhando para a institucionalização da EaD.
O Reitor do IFPA Cláudio Alex da Rocha, presente durante a abertura do evento, ressalta ser fundamental discutir a educação a distância dentro do aspecto da institucionalização, pois favorece a ampliação dessa modalidade, possibilitando ao IFPA ofertar vários cursos, em vários níveis. “Esse é o primeiro encontro sobre educação a distância, em que nós vamos trocar conhecimento entre os campi e também entre os institutos federais da Região Norte. Os benefícios são enormes, em especial, a marca IFPA terá mais visibilidade em todos os lugares desse estado. As possibilidades são inúmeras e sem dúvida alguma favorecem/ consolidam o ensino e o estudo, bem como a capacitação em novas tecnologias da educação. A partir do meio virtual a gente pode trabalhar com vídeos, com animações, diversos outros aspectos usando a tecnologia para favorecer a educação e o aprendizado dos nossos alunos”, afirma.
O Chefe do CTEAD, Márcio Wariss Monteiro, iniciou o ciclo de palestras proferindo sobre a Institucionalização da EAD no IFPA. Ressaltou ser essa modalidade de ensino imprescindível às instituições da área de educação. “A questão da educação a distância não diz respeito somente àqueles que têm dificuldade em relação à distância. Permite que o estudante tenha seu próprio ritmo, faça o seu próprio horário e consiga estudar quando puder. No meu ponto de vista, a nossa instituição apostando na educação a distância, caminhando para essa institucionalização, está respondendo a uma exigência da cultura contemporânea, na qual as tecnologias de informação e comunicação são fundamentais, estão presentes em todos os âmbitos da experiência humana”.
O estudante de Engenharia da Computação Allan Fukasawa, ao lado de Paula Furtado, palestrou sobre: Ensino online e Moocs – histórico do cenário mundial contemporâneo de plataformas e modalidades de cursos, apresentando um pouco o panorama sobre o ferramental e modalidades de cursos disponíveis.
A mestre em Linguística Aplicada Paula Furtado, palestrante nos dois dias de evento, discorreu sobre a Educação e inovação - reflexões sobre as demandas de formação no século XXI; Ensino online e Moocs – histórico e análise do cenário mundial contemporâneo de plataformas e modalidades de cursos e, também, sobre Ensino online: planejamento, produção e práticas pedagógicas em ambientes digitais. A proposta central foi sensibilizar alunos e professores sobre o perfil da educação do século XXI, destacando a importância do desenvolvimento de competências e pensamento crítico frente ao uso e acesso a conteúdos disponíveis na rede. Ressaltou a necessidade de criar uma curadoria, refletir sobre a capacidade de autoria e capacidade de distribuição de conteúdos educativos na web. Apresentou o que há de mais moderno e sobre o ferramental disponível para realizar o letramento digital, ressaltando que o educador precisa ser flexível e ter autonomia para produzir conteúdo inovador, que proporcione condições para a construção do pensamento crítico. “Crianças e jovens deste século não nascem sabendo fazer as coisas. Eles têm facilidade para lidar com o ferramental, com a parte técnica, mas cabe à escola orientar sobre que tipo de informação ele está disponibilizando na web, que tipo ele está consumindo, de quem ele está consumindo. Devemos nos apropriar da tecnologia para poder oferecer educação aberta. A tecnologia não vai substituir o professor em hipótese alguma. Nunca, como agora, o professor foi tão requisitado em termos de ensino. É ele quem dá parâmetros de ética, de valor, parâmetros de pensamento crítico para lidar com tanta informação e possibilidade de produção de informação”, elucida.
O Diretor de Educação a Distância do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia Miguel Zamberlan proferiu a palestra Caminhos para a Institucionalização da EaD na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. “Em Rondônia, a educação a distância começou em 2009. A missão dos institutos Federais é interiorizar, então a Educação a Distância é o caminho. Hoje o IFRO está com mais de 170 polos no Estado, abrangendo 52 municípios. Temos polos em aldeia indígena, zona rural, locais de difícil acesso, levando de fato educação profissional a quem não conseguiria estar no eixo da BR, que a gente fala que é onde geralmente têm os Campi. Eu digo sempre assim, quando a gente olha para os grandes centros das cidades maiores, nós de certa forma somos mais um, porque têm outras instituições. O aluno muda mais fácil. Apesar de ser uma instituição pública a gente tem as universidades, tem a questão de flexibilidade. Quando a gente leva a educação pro interior, pra municípios que de fato não têm acesso a outra educação, eles valorizam muito mais o trabalho que é feito porque eles percebem que faz uma diferença na vida deles, principalmente colaborando com o crescimento do local em que eles estão inseridos”, explica.
Além das palestras, houve mesa-redonda para compartilhar como a EaD está sendo desenvolvida nos demais Institutos Federais da Região Norte. Marcaram presença os professores Madson Teles, do IFTO, Eliseanne Lima, do IFAM, Hilton Castro Jr, do IFAP, Miguel Zamberlan, do IFRO, e Robermilton Sent’Anna do IFRR.
Avaliação do evento
Para a Coordenadora do Núcleo de Tecnologia do IFPA Campus Itaituba Cácia Samira de Sousa Campos Santos o evento foi muito significativo. “Este evento trouxe uma abordagem prática, desmistificando a ideia de que fazer educação a distância é algo longe da nossa realidade. Possibilitou ver o aluno e o processo de aprendizado na EaD assim como o presencial mediado pelas tecnologias. Outro ponto positivo foi o fato da palestrante trazer a experiência dela, abordando o que está dando certo e dando destaque ao planejamento. Facilita para que a gente olhe para nosso contexto, nosso público alvo e trace nossas estratégias de aprendizado. Este encontro servirá para nortear bem nossa prática educacional e decisões para 2018. De forma prática, depois desse encontro, poderemos passar a oferecer 20% da carga horária letiva com modalidade de aula a distância”, avalia.
“A estratégia da Educação a Distância requer uma equipe multidisciplinar. Então, a partir de agora, num gesto de humildade e disponibilidade, basta os professores buscarem aprender uns com os outros, os Institutos se unirem para somar esforços para implantar essa modalidade. No nosso Campus estamos com uma equipe muito qualificada, professores muito dispostos a fazer realmente acontecer. A regulamentação vai nortear qual caminho a gente deve seguir”, conclui a Coordenadora.
Para o estudante do curso de Informática a Distância do IFPA Campus Bragança Ytalo Renan Santiago Melo, 20 anos, o Encontro foi excelente. “Minha meta era fazer informática, mas como eu faço o curso de Biologia na UFRA não tinha tempo. Como o curso do IFPA é a distância, agora está sendo possível eu cursar. Estou aprendendo muito, vendo que posso arranjar uma fonte de renda e conciliar com o curso superior. Este evento é uma grande oportunidade para alargar nossos limites e fronteiras, pude conhecer coisas novas como a plataforma MOOC. Eu não conhecia”, comentou.
CTEAD
Aos poucos, a institucionalização da EaD no IFPA vem se consolidando com espaço físico, equipamentos, pessoal e normativas. Para tanto, o IFPA conta com um Departamento de Educação a Distância– DEA/IFPA e o Centro de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância – CTEAD prestando suporte.
O mesmo funciona junto ao Campus Ananindeua, no bairro do Icuí, onde está a sede a coordenação da Rede e-Tec Brasil/IFPA
Texto: ASCOM IFPA Reitoria