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IFPA participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2017

  • Publicado: Sexta, 27 de Outubro de 2017, 22h34
  • Última atualização em Segunda, 30 de Outubro de 2017, 20h59
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Criatividade, baixo custo, sustentabilidade e valorização da cultura paraense são bases do material pedagógico desenvolvido pelos alunos do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPA). Para comemorar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, de 23 a 29 de outubro, os alunos do IFPA marcaram presença no shopping Bosque Grão Pará e Estação das Docas, com a exposição de jogos didáticos e pedagógicos, abordando a temática “A Matemática está em Tudo”.

Os alunos do curso de Licenciatura em Matemática do IFPA recepcionavam os visitantes na exposição no shopping, explicavam como foram confeccionadas as peças e como jogar. Uma das futuras professoras, Vanessa Borges de Jesus Silva, 36 anos, explica a importância do evento. “Essa exposição é uma forma de valorizar o aprendizado que temos no curso oferecido pelo IFPA. Algumas disciplinas exigem a elaboração e construção de jogos com materiais acessíveis, de baixo custo, adequados à realidade das crianças de escolas públicas. Somos motivados a pensar de forma criativa em jogos que estimulem o interesse e gerem entusiasmo de aprender brincando. As crianças, por natureza, são competitivas e os jogos são um estímulo maior”, ressalta. 

Jalauenne dos Santos Sobrinho, 20 anos, colega de Vanessa, comenta que os professores, ao planejar o material didático, precisam levar em consideração a competitividade inata como uma aliada no processo ensino-aprendizado. “Do 5º ao 9º ano, os estudantes são mais interessados em jogos. Cientes disso, desenvolvemos materiais em que possamos aproveitar não só esse lado competitivo, mas os cálculos matemáticos. Por exemplo, o Dominó foi feito de Miriti, uma palmeira nativa. Para as figuras, utilizamos representações turísticas e culturais de nosso Estado, como o Ver-o-peso, manga e pupunha. Criamos uma tabela e atribuímos um valor a cada elemento. Para jogar, o aluno precisa conhecer a multiplicação. Por exemplo, a criança pega e coloca Manga versus Círio, depois ela vai na tabela, vê que a manga vale 7 e o Círio vale 4: 7 vezes 4, 28. E assim vai formando o jogo”, explica.

Sobre a exposição no stand instalado nas Docas, o estudante de Licenciatura em Matemática, Evandro Cordeiro dos Santos, 49 anos, disse que o curso preparou um portfólio digital. “O propósito é ajudar o visitante a visualizar a aplicação e uso da Geometria Plana (ponto, reta, plano e a relação entre eles), bem como a aplicação dos conhecimentos da Geometria Espacial, adotados na construção civil, em escadas, casas, edifícios, shopping, aeronaves, pontes e palácios”, ressalta.

Outro estudante de Licenciatura em Matemática, Antônio Carlos Perroni, 49 anos, destaca que o curso do IFPA busca adaptar os jogos à realidade regional. “Esses jogos são adaptações regionalizadas de outros que já existem. A filosofia é usar esses brinquedos como material didático, não um jogo qualquer com finalidade única de diversão, mas um instrumento de aprendizado. Todo trabalho que desenvolvemos durante o curso tem a finalidade de ser utilizados em sala de aula”, frisa.

Jogos pedagógicos regionais para escolas públicas

“Todos os jogos que estão expostos no shopping foram desenvolvidos na Disciplina de Metodologia, ministrada pela professora Rita Gil. O enfoque, desde 2014, é desenvolver jogos com temáticas regionais, valorizando a cultura local e com material sustentável, de baixo impacto e baixo custo, adequados à realidade das escolas públicas que hoje não possuem tantos recursos para adquirir material didático. Por exemplo, utilizamos caroços de açaí, fibra de Miriti”, afirma Vanessa Borges de Jesus Silva.

O estudante do 5º Ano do Ensino Fundamental, Tiago Ryan Salgado Vieira, 10 anos, passou pela exposição e aproveitou para interagir com os expositores. “Gostei muito do jogo ‘No Meio do Pitiú’. Foi fácil de entender, pois os professores explicaram bem”.  A mãe de Ryan, Raissa Tatyanne Sousa Salgado, 25 anos, comenta que na escola o filho se sobressai em Matemática. “Passando por aqui, não sabíamos da exposição. Mas lendo, entendi que se trata da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Ryan, num primeiro momento, viu as cores e pensou logo em jogos, então pediu para olharmos. Todas as exposições são muito interessantes, mas essa aqui do IFPA, por conta do custo e facilidade de fazer em casa, utilizar material reciclável, sai bem mais em conta. Nesse sentido, é mais interessante para a gente ajudar os filhos a aprenderem”, ressalta.

Cultura regional e Matemática

Uma das coordenadoras do projeto, a Professora Rita Sidmar Alencar Gil, explica como a temática regional passou a fazer parte das aulas de metodologia de Matemática. “Minha pesquisa de doutorado sempre valorizou a cultura paraense e o patrimônio histórico regional. Em sala de aula, sempre desafiei os futuros professores a incluir a temática regional”. 

A Professora ressalta que esta edição da SNCT traz a Matemática como o elemento central da ciência. “A Feira Estadual de Ciência e Tecnologia, que contempla a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, tem como tema a ‘Matemática está em Tudo’. Baseado nisto, fizemos um projeto com atividades matemáticas para apresentar na feira. Trouxemos jogos regionalizados, jornais abordando a história da matemática e propondo atividades ao leitor. Estamos expondo um portfólio digital que facilita a visualização da aplicação da matemática e geometria; fizemos uma maquete do Mercado do Ver-o-peso, brincadeiras lúdicas com o Show Matemágico”.

A estudante de contabilidade, Mírian Nogueira de Araújo dos Santos, 40 anos, comenta o Show Matemágico. “Achei o evento maravilhoso. Podemos perceber que a Matemática está em tudo, faz parte da vida e é cheia de curiosidades. Ver mágica com números é interessante. Gostei muito da apresentação”.

“O material utilizado para confeccionar os jogos didáticos é de fácil acesso e manuseio. Trabalhamos com materiais alternativos. Nossa temática é regional. Inclui desde as frutas, pratos típicos, danças, linguagem, ao patrimônio arquitetônico e cultural paraense. Fizemos, por exemplo, uma adaptação da amarelinha, chamamos de Amarelinha Paraense; outro jogo chamado Material Juçara, feito com caroços de açaí, utilizado para os alunos aprenderem sobre unidade, centena e milhar;  Matemática Paid’égua, em que utilizamos a linguagem paraense para elaborar os problemas questionado nas cartas; No Meio do Pitiú, com personagens como a garça e o urubu. Todos estes jogos foram apresentados no campeonato paraense de multiplicação e possibilitam ao aluno aprender com operações matemáticas”, comenta a Professora Rita Alencar Gil.

“Os trabalhos expostos na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foram coordenados pelos professores do curso de Licenciatura em Matemática do IFPA. Além dos jogos, fizemos jornais abordando os temas da matemática, como o parafuso de Arquimedes e a bissetriz. Estamos distribuindo os jornais: Ler-o-Landi, Eureka, Babilônia a Terra de Matemática”, completa Rita.

Matemática é notícia

Jornal sobre Matemática? Isso mesmo.  Num primeiro momento, pode até soar estranho para alguém que não é da área ou não lê muito sobre o assunto. Mas os bolsistas do PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- demonstram que há muitas pautas, pois, a Matemática é base de praticamente tudo.

Os trabalhos demonstram aos professores que é possível trabalhar com os jogos em sala de aula, sair dos métodos convencionais e adotar uma nova metodologia. Esses jogos são resultantes dos projetos PIBID. São feitos com materiais recicláveis e regionalizados. Um professor ribeirinho, lá na sua realidade, pode produzir seu material didático com a fibra do Miriti. Um professor da região urbana, por exemplo, pode pegar o cano PVC e produzir um jogo matemático. Enfim, os projetos desenvolvidos pelos bolsistas do PIBID revelam a criatividade e a valorização da cultura regional. “A Matemática está em todos os lugares. Pode ser trabalhada no jogo visando assimilar conhecimentos matemáticos”, afirma a aluna do curso de licenciatura em Matemática, Denise Cristina Lima Monteiro, 35 anos.

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Já são 12 edições da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT. Foi estabelecida em 2004 com objetivo de popularizar, por todo o território nacional, os conhecimentos da Ciência e Tecnologia. Sob a coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações (MCTIC), ela é realizada sempre no mês de outubro, por meio da Coordenação-Geral de Popularização e Divulgação da Ciência (CGPC/SEPED) e conta com a colaboração de secretarias estaduais e municipais, agências de fomento, espaços científico-culturais, instituições de ensino e pesquisa, sociedades científicas, escolas, órgãos governamentais, empresas de base tecnológica e entidades da sociedade civil.

A SNCT tem o objetivo de aproximar a Ciência e Tecnologia da população, promovendo eventos que congregam o maior número de instituições de pesquisa e ensino. A ideia é criar uma linguagem e metodologias acessíveis à população, por meios inovadores que estimulem a curiosidade e motivem a população a discutir as implicações sociais da Ciência, além de aprofundarem seus conhecimentos sobre o tema.

Texto: ASCOM IFPA Reitoria

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