Pró-Reitorias de Ensino e Extensão promovem “Esse IF é minha Rua”

“Ao pôr do sol eu vou te dizer: a educação vai prevalecer” foi o tema do II “Esse IF é minha rua” promovido pelas Pró-reitorias de Ensino e Extensão do Instituto Federal do Pará (IFPA), de 9 a 11 de junho. O evento, resultante da integração entre o Seminário de Ensino e o Seminário de Extensão, contou com 493 inscritos. Realizado pela primeira vez de forma totalmente remota e no formato on-line, o encontro promoveu momentos culturais, conferências, mesas-redondas, minicursos, oficinas, apresentações de trabalhos orais e em banner.

Os desafios da educação profissional, científica e tecnológica em tempos de pandemia foi tema da conferência proferida pela reitora do Instituto Federal Catarinense (IFC) e presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Professora Sônia Regina de Souza Fernandes. Com base no texto da Constituição Federação (CF) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – 9394/1996, Fernandes ressaltou que da educação profissional e tecnológica (EPT) tem por finalidade a preparação “para o exercício de profissões” de forma a contribuir para que o cidadão possa se inserir e atuar no mundo do trabalho e na vida em sociedade. “Não podemos aceitar um reducionismo do conceito da educação para o exercício de profissões voltado apenas para a apropriação da dimensão técnica e de uma racionalidade instrumental. Isto não é uma questão de gosto, mas são princípios constitucionais e legais. A Rede deve continuar caminhando, independente da pandemia ou não, nesta perspectiva”.

Em tom de diálogo, a Reitora Sônia Fernandes convidou os participantes do evento à reflexão sobre a possibilidade de viver em sociedade abrindo mão da Filosofia, Sociologia, Arte, Cultura e do Esporte. Para ela, a Matemática e o Português não bastam, não são suficientes para formar um profissional cidadão. Citando Paulo Freire (1987), o patrono da educação brasileira, afirmou que a educação é política e deve ser libertadora, pois tem potencial para desenvolver a capacidade crítica do sujeito, de inquietá-lo e levá-lo à ação. Afirmou que o cotidiano mudou e todos estão buscando se adaptar. “Como superar os desafios de acesso, permanência e êxito com oferta de ensino remoto frente ao estresse e ansiedade por conta do confinamento? Como superar a cultura das aulas presenciais, desigualdade social, necessidade de uso das tecnologias da informação e comunicação, acesso à equipamentos e à internet? As tecnologias digitais nos ajudam e muito, mas elas não resolvem todos os problemas da educação”, garantiu.

O Reitor do IFPA, Professor Claudio Alex Jorge da Rocha, afirmou que os caminhos a serem criados neste contexto da pandemia e da pós-pandemia requer integração, ação coordenada entre todos e todas para encontrar a solução. “Os poderes públicos precisam estar coordenados, dialogando. E não diminuindo as ações daqueles que pensam de acordo com a ciência. É necessário ressignificar as metodologias pedagógicas, utilizar as novas tecnologias, aprimorar as relações socioemocionais, incluir as famílias nesse processo, estreitar o relacionamento entre os servidores e a instituição”, afirmou.

A comunidade do IFPA foi convidada pelo Reitor do IFPA a se readaptar e aprender como conviver dentro das regras de biossegurança que a pandemia impõe para o retorno às atividades presenciais. Afirmou que será preciso superar os quase 15 meses de isolamento social. “Precisamos reorganizar nossos espaços físicos, reforçar nosso cuidado sanitário e as atividades acadêmicas. Estamos chegando a quase 480 mil perdas inadmissíveis. No Pará, há 144 municípios, dos quais só dois têm mais pessoas que este contingente que citei”, chamou à atenção para os números de mortes em decorrência da Covid-19 no Brasil. 

Além do diálogo sobre os desafios impostos pelo contexto de pandemia, o “Esse IF é minha rua” abordou a ressignificação do fazer educativo em tempos de transformação digital. A professora do Instituto Federal do Pernambuco (IFPE), Andreza Silva Cordeiro, abordou na conferência de encerramento, realizada na tarde da sexta-feira, 11 de junho, as principais diferenças entre as gerações Baby Boomer (1945 a 1960), X (1960 a 1985), Y (1980 a 1996), Z (1996 a 2010) e a Alpha (2011 até agora). O fato dos professores serem de uma geração totalmente diferente da geração de seus alunos requer reflexão, flexibilidade e compreensão de que as novas gerações já nascem em um contexto conectado integrativo, totalmente diferente dos anos 80 e dos alunos educados nas escolas com metodologias tradicionais. As tecnologias vão mudando, os alunos vão mudando e a cultura das escolas também vão se adaptando.

Andreza Cordeiro orientou os educadores a encarar o modo de pensar de cada geração não como trincheira e barreira, mas como resultante do novo contexto e cultura. Do mesmo jeito que há uma transformação digital, de conteúdos e ferramentas tecnológicas, há uma transformação humana. Quando se saí de uma forma de telefonar com fio para sem fio, de uma comunicação de um para um para uma comunicação de muitos para muitos ao mesmo tempo, se mexe com a estrutura cognitiva do ser humano.

Diante do contexto com novos dispositivos móveis, da possibilidade de conectividade em tempo real, do letramento digital – que engloba temas como segurança digital, pensamento crítico, pesquisas confiáveis, compartilhamento responsável, criação/produção–, disrupção com o modelo de aprendizado linear e até mesmo pensando em quem não tem acesso a esse material. Todos os reflexos da pandemia exigem responsabilidade social, uma nova rotina pedagógica – que envolve pensar o currículo, metodologias, mediação, acolhimento afetivo –, a reconceitualização curricular, regulação e autorregulação do ensino e aprendizagem e inclusão digital.

Quem se inscreveu no “Esse IF é minha rua”, além de refletir sobre várias temáticas atuais, teve a oportunidade de participar de oficinas sobre empreendedorismo, cuidados emocionais no contexto educacional, colagem como processo criativo, produção de vídeo, psicoeducação sobre emoções e habilidades socioemocionais. Pôde participar de minicursos sobre autorregulação e desenvolvimento de autonomia na aprendizagem, metodologias ativas no ensino remoto.

Nas mesas-redondas foi possível acompanhar os debates em torno da educação como território de transformações em tempos de pandemia. O ensino híbrido foi tema da mesa-redonda da sexta-feira, 11 de junho, composta pelos pró-reitores de extensão do Instituto Federal do Sul de Minas (IF Sul de Minas) – Cleber Ávila Barbosa, Instituto Federal do Sul-rio-grandense (Ifsul) – Gisela Loureiro Duarte, Instituto Federal do Mato Grosso (IFTM) – Ruy de Aguiar Araújo Júnior e do IFPA – Fabrício Medeiros Alho.

A final do evento contou com transmissão de apresentações culturais e a leitura dos premiados ao vivo. A divulgação dos nomes dos projetos e alunos classificados nos primeiros lugares ficou por conta Pró-reitora de Ensino Elinilze Guedes Teodoro e do Pró-reitor de Extensão Fabrício Medeiros Alho. Os dois agradeceram a todos os participantes e colaboradores que possibilitaram a execução do “Esse IF é minha rua”.

Premiação e premiados

Todos os alunos premiados, além do Certificado terão o feito incluso no diploma de conclusão do curso. Os primeiros colocados terão seus trabalhos publicados na Revista de Extensão do IFPA “Tecendo caminhos”.

Formato Banner – Ensino

Formato Banner – Extensão

 Para conferir todos os trabalhos apresentados no formato de Banners basta acessar os links:

Ensino: https://www.youtube.com/playlist?list=PLjseAxkpUnh4QfQnyyOFpN8yUv-00908T

Extensão: https://www.youtube.com/playlist?list=PLjseAxkpUnh56-KLiK2t2rgtqrk6TdKQl

Formato Comunicação Oral – Ensino

Formato Comunicação Oral – Extensão

Os trabalhos apresentados no formato Comunicação Oral estão disponíveis nos links:

Ensino: https://www.youtube.com/playlist?list=PLjseAxkpUnh7lMc7jpXs1XVr3epZPlIaS

Extensão: https://www.youtube.com/playlist?list=PLjseAxkpUnh7BdKXxJzTwKO6M1xsdA3cd