Artigo analisa a autoeficácia docente no processo de inclusão em sala de aula na Região Norte
No mundo onde o respeito às diferenças se tornam rotina e regra, as escolas e salas de aulas são, a cada dia, mais heterogêneas. O docente passa a exercer um papel fundamental na efetivação da educação inclusiva e, para tanto, torna-se imprescindível em sua formação e atuação fatores como conhecimento, motivação e recursos. Este é o tema do artigo qualis sucupira A1 em psicologia entitulado “Autoeficácia docente na educação inclusiva e características do contexto de ensino” publicado, em 7 de março de 2022, na Revista Oficial dos Departamentos de Psicologia da Universidade Católica do Uruguai.
A publicação é resultante da tese de doutorado “Autoeficácia docente em práticas educacionais inclusivas” desenvolvida para o Programa de Pós-graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento junto à Universidade Federal do Pará (UFPA). A autora, a pedagoga do Instituto Federal do Pará (IFPA) campus Abaetetuba Karla Cristina Furtado Nina, escreveu o artigo após análises feitas com base nas respostas de uma amostra de 193 professores da educação básica, obtidas por meio da técnica de análise de dados, análise fatorial e a análise de correspondência.
A pesquisa foi financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). E os resultados apresentam direcionamentos para novos estudos e para a construção de políticas públicas de inclusão das pessoas com deficiência no contexto educacional. “O artigo busca servir de subsidio à prática teórica de futuros docentes, docentes e gestores que trabalham em salas de aulas regulares inclusivas”, destaca a autora.
Nina explica que os dados levantados ao longo do programa de doutorado apontam que no Brasil são poucas as pesquisas nesta área. Ela constatou que na Região Norte, a sua pesquisa é uma das primeiras a abordar a eficácia da atuação docente no processo de inclusão. Diante deste fato, a ideia foi investigar a associação da autoeficácia de professores em práticas educacionais inclusivas com variáveis do contexto de ensino e características dos docentes. “Os estudos desenvolvidos nesta pesquisa são relevantes pela possibilidade de agregar conhecimentos na área, contribuindo para explicar de que forma os professores interpretam as informações relacionadas ao julgamento da capacidade individual, bem como, para verificar o impacto que tais crenças exercem sobre o contexto de ensino”.
A noção de que a autoeficácia exerce influência sobre o comportamento humano e a prática docente não teria como estar isenta de seus efeitos. “A autoeficácia desempenha uma função mediadora nessa prática, porque age sobre os aspectos cognitivos, motivacionais e comportamentais dos educadores, influenciando suas escolhas, a persistência diante dos obstáculos, a motivação para certos comportamentos e os sentimentos ligados às escolhas feitas”.
O estudo evidencia que as características do contexto de ensino e as características dos docentes podem colaborar para a percepção da autoeficácia dos professores no contexto inclusivo. “A associação da autoeficácia docente em práticas educacionais inclusivas com as características de contexto de ensino e com as características dos docentes, pode favorecer o desenvolvimento de estratégias de planejamento, formação continuada e intervenção pedagógica o que acarretará implicações no processo ensino-aprendizagem”, ressalta Nina.
Acesse o artigo: https://revistas.ucu.edu.uy/index.php/cienciaspsicologicas/article/view/2436