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Editora do IFPA lança as primeiras publicações

  • Publicado: Quarta, 27 de Março de 2019, 18h11
  • Última atualização em Quarta, 27 de Março de 2019, 18h11
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Proppg realiza reunião do Conselho Editorial da Editora IFPA e entrega os primeiros livros

 

A Editora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (EdIFPA), em 5 de abril, inaugura um novo tempo ao lançar as três primeiras obras impressas: “Etnografias do Afeto: construindo relações de parentesco, aliança e sexualidade em sociedades em transformação”, “Às margens do rio imaginário e fantástico nos assentamos e ... contamos!” e “Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente na Amazônia”. As publicações da editora denotam o compromisso institucional de compartilhar o conhecimento produzido pelas pesquisas desenvolvidas em âmbito acadêmico.

 

O evento é aberto a toda comunidade e ocorrerá no auditório do Centro de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância (CTEAD) do IFPA localizado na Av. João Paulo II, 514 - Castanheira, Belém. O mesmo ocorre após a reunião do Conselho Editorial da EdIFPA, por volta de 10hs da manhã, com a presença dos autores e organizadores das obras.

 

Os livros foram aprovados na Chamada Interna N º 03/2017 elaborada pela equipe da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (Proppg/IFPA). Por meio desta chamada foi selecionada a coletânea de texto dos grupos de pesquisa do IFPA para publicação em formato de e-book. Os e-books em formato PDF estarão disponíveis para download gratuito no site da Proppg a partir do dia 5 de abril.

 

A coordenação da Editora, Ana Carolina Chagas Marçal, orienta que os servidores e alunos interessados em publicar suas obras pela EdIFPA devem acessar o site da Proppg, ler o Guia do Autor e conhecer as regras de submissão das duas chamadas em aberto. Podem também procurar os membros da EdIFPA para esclarecer quaisquer dúvidas.

 

 

Saiba mais sobre cada obra:

 

 “Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente na Amazônia”

“Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente na Amazônia é uma coletânea de artigos escritos por alunos e professores que expressam o conhecimento acadêmico e a capacitação técnica desenvolvida por meio de projetos de ensino, pesquisa e extensão para identificar as principais ameaças sobre a Amazônia, tais como: ocupação de terras de maneiras desordenadas, garimpo, pobreza extrema, falta de saneamento básico e dificuldade de acesso ao ensino público. Os autores relatam fatos e propõem soluções, através da ciência, buscando melhorar as relações entre a sociedade, a Amazônia e o desenvolvimento sustentável da região, gradativamente aprofundam os debates com base em dados científicos.

 

A obra foi organizada por Liz Carmem Silva-Pereira e Julio Nonato Silva Nascimento. “Ao compartilhar experiências, sobretudo regionais, expondo desafios e resultados, esperamos colaborar com as futuras gerações e outras instâncias, que partilham os objetivos comuns de conservação da natureza e uma relação mais amigável, respeitosa e sustentável, com a maior floresta do planeta”, afirma os autores.

 

Estruturado em 11 capítulos, o livro tem 252 páginas, que abordam temas como: as contribuições da Ciência e Tecnologia ao Meio Ambiente; o uso agropecuário do território amazônico de 1970 a 2006; impactos das mudanças climáticas na fisiologia de planta hospedeira-patógenea e sobre a floresta Amazônica com o aumento dos níveis de CO², O², O³, déficit hídrico, aumento da temperatura do ar e a radiação UV-B; propriedade rural sustentável na Amazônia brasileira e novas perspectivas; aproveitamento do rejeito de Bauxita; a geopolítica da Amazônia Legal e os impactos causados pela urbanização em Itaituba; problemas sociais e ambientais em alguns bairros de Itaituba; produção de horticultura familiar no Cinturão Verde de Itaituba-Pará; substâncias químicas presentes nos dois principais ingredientes da culinária paraense, Tucupi e Jambu; limitações e alterações fotossintéticas provocadas pelos principais patógenos, como fungos, bactérias e vírus em plantas cultivadas na região amazônica. O último capítulo aborda a dinâmica do Mercúrio (Hg) em reservatórios hidroelétricos na Amazônia e os impactos da construção de usinas hidroelétricas na região.

 

Os artigos abordam dados recentes, muitos coletados em 2017, gráficos, fotos e um rico referencial bibliográfico.

 

“Às margens do rio imaginário e fantástico nos assentamos e ... contamos!”

 

Organizada por Silvia Sueli Santos da Silva e Wllingson Valente dos Reis, “Às margens do rio imaginário e fantástico nos assentamos e ... contamos!” é uma coletânea formada por nove textos estruturados em duas partes: ecos e vozes do rio e poéticas do rio. A primeira, composta por quatro textos baseados em narrativas orais e experiências das pessoas que vivem nas regiões das ilhas. É resultante do projeto Recortes Poéticos da Amazônia Ribeirinha (GIPACE, 2015) realizado nos arredores da ilha de Paquetá – Baixo Tocantins. A segunda parte apresenta três trabalhos de conclusão de curso do Instituto Federal do Pará (IFPA) e dois trabalhos de Mestrado.

 

Pautados em diálogos, observações, conversas e narrativas para alcançar o imaginário e cultura das comunidades estudadas, os textos trazem dados geográficos, descrição da natureza e das habitações, narrações e caracterização dos ambientes culturais. Recorre à bibliografia para explicar os recortes poéticos que aparecem em Paquetá e manifestações culturais que fortalecem a noção de mito, lenda, cultura, tradições, religiosidade, poesia, narrativas orais e o imaginário mágico -sagrado e fantástico- de quem habita as ilhas do Baixo Tocantins.

 

As pesquisas revelam os imperativos da natureza amazônica sobre a vida das pessoas que dependem dos rios ou vivem a sua margem, cujo imaginário é expresso em forma de poesia, histórias, literatura, memórias e devaneios. No Capítulo, “O poeta, o rio, o enverso”, Sabrina Augusta da Costa Arrais apresenta de forma envolvente a figura do poeta como um enversador, capaz de transformar e recriar o mundo observado ou imaginado, as narrativas orais e tradicionais em versos e rimas originais e únicas. “A natureza sonoriza, norteia e conduz a vida nas ilhas”, afirma a autora.

 

Os capítulos iniciam com a narrativa pessoal de cada autor explicando a escolha do tema e sua própria proximidade com o assunto. Em “Sombras e sussurros: o fantástico nas narrativas orais do Baixo Tocantins”, Vanderlice Silva dos Santos relata o diálogo com Dona Caetana sobre os mistérios, encantamentos, metarmofoses de animais e plantas. O texto é um convite tentador para o universo da cura popular, que considera plantas e animais como entes sobrenaturais, mensageiros/portadores da cura e sabedores do destino humano. A autora egistra relatos sobre os principais pássaros do imaginário popular amazônico Rasga-mortalha, Japiim e Xincuã.

 

Em “Imaginários e poéticas de Matinta Perera”, Cainã de Paula Mello no estudo das poéticas orais faz a reminiscência das histórias vividas na infância, revela e compartilha as memórias e a atmosfera mágica que dão sentido às narrativas dos adultos para as crianças da capital que encontravam o elo com o espaço amazônico para a criação do mito. Observa que o objetivo dos narradores das matintas é dar continuidade à experiência. O pesquisador revela o encantamento com que os narradores e curadores da Ilha de Paquetá conseguem se distanciar das histórias que contam: Valeriano e Joana Por Baixo. Busca diferenciar as matintas ordinárias das matintas extraordinárias, ressalta a narratinta, cena narrativa, performance à transformação no ato de contar. Consegue traduzir a sensibilidade e poesia que transborda na oralidade do povo ribeirinho.

 

“A voz abre passagem pelo rio da escrita em quarto de hora de Maria Lúcia Medeiros”, escrito por Wellingson Valentes dos Reis, descreve a origem do ato de contar, escrever, narrar até chegar à narrativa e o narrador. Conta a história da escritora Maria Lúcia Medeiros (Lucinha), natural de Bragança, como um exemplo de oralidade na modernidade e discorre sobre as características do texto como território da voz.

 

“A literatura dalcidiana e imaginário amazônico em Belém do Grão-Pará”, trabalho de Amanda Ynaê Maia Furtado, aborda a obra do marajoara e literato Dalcídio Jurandir, revisitando o imaginário e mitos dos romances escritos pelo autor.

 

“Afeiticeira de Inglês de Sousa sob a perspectiva do modo literário fantástico”, escrito por Bruno Carvalho Marinho e Wellingson Valente dos Reis, faz uma releitura do escritor paraense Inglês de Sousa em que a floresta, as águas, a noite e seus mistérios ajudam na narrativa para gerar a passagem dos limites e fronteiras do real para o imaginário e o sobrenatural.

 

“Meu rio, minha rua, meu canto: a composição musical paraense e as identidades amazônicas”, resultado da pesquisa de Izabel Lima dos Santos, busca identificar na composição Esse Rio é Minha rua, de Ruy Barata e Paulo André, os aspectos que acentuam a cultura e as identidades amazônicas.

 

No último capítulo da obra, Wellerth Mendes Ribeiro, em “Imaginário, mitos, lendas, sagrado e fantástico: interseções e deslumbres na Amazônia”, trata da literatura que é produzida na Amazônia tais como mitos, lendas, cultura do Sagrado e religiosidade; relação entre literatura e religião; descreve a relação entre imaginário, sagrado e fantástico nos romances do paraense Inglês de Sousa.

 

A obra, como um todo, revela, que o entrelaçamento entre o real e o imaginário, o estado de devaneio ao qual está submetido o homem amazônico na contemplação e oralidade sobre rios, florestas e mitos, constroem vivencias e características de uma sociedade líquida moderna e dinâmica, expressa na oralidade e literatura local.

 

 “Etnografias do afeto: construindo relações de parentesco, aliança e sexualidade em sociedades em transformação”

Etnografias do afeto é uma obra de origem bilíngüe, em que a maioria dos capítulos foram escritos originalmente em Espanhol e traduzidos para o Português com a finalidade de ser publicados pela Editora do IFPA. É resultante da parceria entre pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e o Centro de Investigações e Estudos Superiores em Antropologia Social e Universidade Autônoma Benito Juárez de Oaxaca. É um livro elaborado com base na Linha de Pesquisa “História, Relações de Gênero e Família” do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Educação e Política (GICEP/IFPA). A obra foi organizada por Breno Rodrigo de Alencar e Maria Lilliana Arellano Mares.

 

São sete capítulos que discorrem sobre afeto e sexualidade, que registram como as relações de parentesco, aliança e sexualidade manifestas em comunidades distintas implicam em arranjos e convivência social. Os textos, todos etnográficos, abordam a afetividade e emoções nas relações de namoro e matrimônio, conceito sobre união conjugal, a sexualidade muxe, consentimento sexual em relações de namoro, mayates como identidades questionadoras da masculinidade hegemônica, cursos de preparação para casamento, permanências e transformações dos ritos matrimoniais. São temas em processo constante de mutação, que dialogam com as cosmovisões afetivas e morais contrárias à realidade que se supõe hegemônica.

 

O livro é um registro, inventário, que percorre o vivido para compreender as práticas e relações amorosas em contextos urbanos e tradicionais do Brasil e do México que se matizam, perpetuam-se ou renovam ao longo da história. Resgata a prática como a do rápito de noivas, ritos pré-nupciais, relações de aliança, nupcialidade, sexualidade, gênero e afetividade muxe e mayates. A base de todas as pesquisas são entrevistas, observação e convivência, os autores mergulharam em todos os ambientes para compreenderem e apreenderem o teor de seus objetos de pesquisa.

 

Texto: ASCOM IFPA Reitoria

 

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