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Pesquisa do IFPA analisa a atuação docente na educação de jovens e adultos

  • Publicado: Terça, 01 de Dezembro de 2020, 14h59
  • Última atualização em Terça, 01 de Dezembro de 2020, 16h05
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A autoeficácia docente foi tema de uma pesquisa desenvolvida por egressos do Instituto Federal do Pará (IFPA) campus Abaetetuba. Com o título “Autoeficácia docente: percepções de professores da modalidade da educação de jovens e adultos”, o artigo escrito pelos alunos egressos Ediciney Gonçalves Bechir e Reinaldo Silva da Silva foi publicado na revista Reserch, Society na Development. Com o foco na educação e alfabetização de jovens e adultos, o trabalho se debruça sobre a autocrítica profissional dos educadores e busca esclarecer como professores percebem a sua autoeficácia nesta modalidade de educação.

A pesquisa foi desenvolvida sob a orientação e participação dos docentes integrantes do Centro de Tecnologia em Ciências Humanas e Sociais (Cetechs), Ma. Karla Nina −docente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas−, Me. Luis Ricardo Ravagnani −docente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas− e Dra. Maely Ramos − docente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Pará−.

De caráter descritivo e exploratório, os pesquisadores buscaram identificar as crenças, opiniões e interpretações que os professores fazem do próprio trabalho junto a estudantes fora da idade escolar. Para tanto, adotaram por referência a Escala de Crenças Docentes elaborada por Guerreiro-Casanova (2013) e a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977), delimitaram a amostra a professores integrantes do curso de extensão ofertado pelo IFPA campus Abaetetuba. O levantamento de os dados ocorreu por meio de roteiro de entrevista. Para analisá-los, os autores lançaram mão da Teoria Social Cognitiva associada à técnica de análise de frequência. A exploração dos dados foi adotada o software Nvivo 10, gráficos e esquemas.

Acesse o artigo: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10144/8950

 

 

Sobre o artigo, a equipe da Assessoria de Comunicação do IFPA dialogou com a professora orientadora do projeto, Karla Nina.

Ascom: Fale-nos sobre a pesquisa e como ela trouxe luz sobre a atuação docente?

Karla Nina: Este estudo contribuiu para compreender a visão dos professores acerca de suas crenças de autoeficácia na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA, a partir das falas dos próprios professores. Sabemos que a EJA é uma modalidade de estudo que é estigmatizada pela sociedade, pois muitos não a veem como uma forma de alfabetizar, mas apenas como uma alternativa de concluir os estudos de jovens e adultos que, por algum motivo, tiveram que abandonar a escola durante o período de escolarização. O papel do professor é fundamental, pois contribui de forma decisiva, não somente para formação dos alunos, mas também para os resultados positivos acadêmicos dos mesmos.

Ascom: Por que os professores decidiram estudar a crença na autoeficácia?

Karla Nina: É necessário antes de iniciar a falar sobre a decisão de estudar sobre a crença de autoeficácia de Albert Bandura, explicar o que ela representa no contexto educacional. A crença de autoeficácia orienta o comportamento dos indivíduos à medida que estes se encontram no mundo, de modo a determinar ações e decisões, ainda que estas possam se revelar como habilidades ou dificuldades, representando um elemento crítico que regula o pensamento e o comportamento humano. Além do domínio de conteúdo e habilidades específicas, o senso de eficácia docente constitui-se como essencial para um ensino eficiente e de qualidade.

A ação docente requer capacidade de motivar os alunos, de criar mecanismos de estímulo, bem como, a utilização de estratégias eficazes que favoreçam o processo ensino-aprendizagem, processos que determinam a ação, o pensamento, o comportamento e automotivação do professor. Por essa razão, a compreensão de como as crenças de autoeficácia são construídas e como elas são importantes no contexto educacional, representa um caminho para discutir possibilidades relacionadas às diversas situações que o ensino apresenta.

Ascom: Lendo o artigo, compreendi que o assunto é um fator significativo no processo de construção da identidade profissional de professores. O que isso impacta no trabalho desenvolvido no campus?

Karla Nina: A formação continuada dos professores que atuam na EJA é um assunto comumente debatido no campus Abaetetuba. O Campus ofereceu projeto de extensão, palestras, oficinas e especialização latu senso com objetivo de instrumentalizar práticas metodológicas de auxílio e preparação aos docentes, técnicos e gestão, não somente do campus Abaetetuba, mas de todo o município e sua área de abrangência dentro da região do Baixo Tocantins. Temos esse compromisso social e acadêmico. Claro que temos consciência que é uma formação contínua e permanente, mas cada um de nós, docentes, técnicos e equipe gestora do campus Abaetetuba, assumimos esse compromisso de oferecer uma educação de qualidade aos nossos alunos e alunas.

Ascom: Como se deu a escolha do tema?

Karla Nina: A iniciativa surgiu a partir da inquietação do autor do artigo, o aluno egresso do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Ediciney Gonçalves Bechir que trabalha na Secretaria de Estado de Educação e acompanha de perto o dilema dos alunos e alunas de EJA do Baixo Tocantins. Na época, me procurou para orientação, sabendo que trabalho com a Teoria Social Cognitiva, mais especificamente com o constructo autoeficácia docente relacionado a inclusão educacional e social, e me desafiou a realizar essa pesquisa. O artigo é fruto do trabalho de conclusão de curso dos alunos Ediciney Gonçalves Bechir e Reinaldo Silva da Silva, que tem o mesmo título do artigo publicado.

Ascom: Qual a importância dessa publicação para o IFPA?

Karla Nina: Facilitar o acesso e a democratização do conhecimento cientifico, dar a outros profissionais do próprio instituto ou de outras instituições de ensino a oportunidade de também se beneficiarem desses dados, promover uma validação do conhecimento, além de mostrar o potencial e qualidade educacional dos nossos alunos e alunas, bem como de nossa instituição.

Ascom: Terá continuidade esta pesquisa?

Karla Nina: Com toda certeza. Brevemente teremos mais publicações em revistas cientificas com artigos que já estão no prelo de estudantes e docentes do IFPA campus Belém e Abaetetuba com os constructos relacionados à Teoria Social Cognitiva e variáveis da educação inclusiva. Temos um grupo de pesquisa que se chama Geitsc que é liderado pela profa. Dra. Ana Patrícia Fernandez do IFPA Campus Belém e por mim. E, por lá, direcionamos vários eventos e pesquisas nessa área.

 

 

 

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