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Meninas e mulheres dos 18 campi do IFPA se reúnem em evento para promover e incentivar o protagonismo feminino na produção científica e tecnológica

  • Publicado: Sexta, 25 de Fevereiro de 2022, 16h57
  • Última atualização em Sexta, 25 de Fevereiro de 2022, 16h58
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Em uma jornada intensa de dois dias de programação para promover o protagonismo feminino na produção científica e tecnológica, estudantes dos 18 campi do Instituto Federal do Pará se reuniram no Campus Belém para participar do evento Meninas na Ciência. A iniciativa, que se constituiu como o primeiro evento acadêmico, em nível institucional, a ocorrer presencialmente no IFPA desde o início da pandemia da Covid-19, foi realizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PROPPG) e contou com a apresentação de 64 projetos de pesquisa em ciência, tecnologia e inovação, desenvolvidos por bolsistas de cursos técnicos de ensino médio ou de graduação. A atividade ocorreu nos dias 24 e 25 de fevereiro em alusão ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, data instituída pelas Nações Unidas para incentivar o acesso e assegurar a participação plena e igualitária de mulheres e meninas na ciência e tecnologia.

 

Para Laiane Ferreira da Silva, estudante da Licenciatura em Ciências Biológicas no Campus Bragança, participar do evento foi uma forma de contribuir com a quebra de estereótipos ainda atribuídos às mulheres, como a função de dona de casa, algo que ela e demais colegas buscaram mudar a partir do Projeto Ciência é praia das meninas. “Em nosso projeto, o objetivo foi incentivar meninas de 10 a 16 anos de comunidades tradicionais da região bragantina a entrarem no mundo da ciência e da tecnologia para que, mais a frente, elas possam ocupar esse lugar e incentivar outras meninas à ciência”, destacou.

 

As atividades de apresentação dos projetos foi o que mais chamou a atenção de Jardeane de Sousa Alves, estudante do Curso Técnico em Agroecologia integrado ao Ensino Médio no Campus Itaituba. “É muito importante para nós participar de um evento como esse, porque nos dá a oportunidade de apresentar o nosso trabalho para diversas alunas, de trocar conhecimentos e de aprimorar nossa capacidade de apresentar em público, tudo isso é muito gratificante para nós”, ressaltou.

 

Os trabalhos apresentados durante o evento perpassaram diferentes áreas do conhecimento, mas todos tinham, de certa forma, algo em comum: a participação de bolsistas que, por meio da produção científica, e juntas com suas professoras e orientadoras, buscaram ratificar o lugar que a elas pertencem e que precisa ser valorizado e garantido enquanto direito, a partir de políticas que combatam ainda todas as opressões e violências que a mulher sofre na sociedade.

 

“Eu gosto muito da bell hooks quando ela fala de nos sentirmos em comunidade. Isso nos dá força para que, a partir do momento que eu encontre outras meninas, mulheres, na realidade que vivenciam o mesmo processo que eu vivo de opressão, de discriminação, da questão de classe social, isso me ajuda para que eu possa ter forças para continuar existindo e resistindo. Por isso que é tão importante um evento desse que discute justamente isso: mostrar que nós estamos existindo e resistindo, apesar de toda a estrutura racista que se vive nesse país”, explicou a professora Kátia Bárbara, doutora em Antropologia, do Campus Paragominas.

 

De acordo com a Pró-Reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Ana Paula Palheta Santana, o evento é a concretização de um sonho construído ao longo dos sete anos em que se encontra na gestão da instituição, um sonho que precisa ser compartilhado para que muitas outras meninas e mulheres tenham a oportunidade de ocupar o seu espaço na ciência. “Este espaço é para que a gente também se comprometa. Que vocês também possam multiplicá-lo nos campi a partir da vida de vocês, exemplificar que é possível chegar a um lugar em que possamos escolher, praticar, exercitar nossa cidadania, usar a nossa voz de uma maneira que mais pessoas se sintam atendidas, que mais pessoas se sintam reconhecidas. É fundamental que a gente mantenha esse espaço social, o diálogo, o respeito, a tolerância aos diferentes e as diferentes”, destacou.

 

As desigualdades entre homens e mulheres são visíveis em nossa sociedade, mas já é possível observar mudanças que ocorrem, aos poucos, em diferentes âmbitos. O Reitor do IFPA, Claudio Alex Jorge da Rocha, compartilhou alguns dados relevantes durante a mesa de abertura do evento. Na Educação, conforme a plataforma Nilo Peçanha, nas 41 Instituições Federais, 54% das vagas são preenchidas por pessoas que se identificam com o sexo feminino. No IFPA, esse número é semelhante, com apenas cinco estudantes do sexo masculino a mais. Entre os servidores, a diferença é maior, com homens ocupando 64% dos cargos de docência e 56% de técnicos-administrativos. Em relação às áreas de formação no IFPA, a maior diferença encontra-se na Tecnologia da Informação, com uma representação feminina que ainda precisa avançar. Na gestão, as mulheres alcançam cerca de 40% dos cargos, com 4 diretoras de campi. No Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), pela primeira vez, há a predominância das mulheres em função de diretoria, sendo 4 reitoras dentre as cinco cadeiras. Nacionalmente, entre as 41 instituições, 14 são comandadas por mulheres.

 

“Este momento não se restringe a um evento, mas a uma política que a gente já vem trabalhando a anos. É só um embrião de muito o que temos para fazer ainda ao longo do tempo para divulgar a produção científica e contribuir para o fortalecimento e participação de outras meninas na ciência. Esse é um compromisso que deve ser não apenas dos diretores e diretoras, mas de todos nós. Meninas cientistas, acreditem no seu potencial de fazer ciência aqui na Amazônia, esse é um grande desafio, e de inovar para formar, fortalecermos a soberania do nosso país e darmos visibilidade à ciência desenvolvida por nossa instituição”, finalizou Cláudio Alex.

 

Breve histórico do evento no IFPA

O Prof. Sebastião Rodrigues Moura, coordenador de Pesquisa na PROPPG, compartilhou um pouco sobre o histórico de ações que culminaram na realização do evento Meninas na Ciência:

 

O evento foi anunciado em 2019, durante o XI Seminário de Iniciação Científica Tecnológica e Inovação (SICTI), ocorrido em Marabá. O propósito foi evidenciar a vocação técnico-científica feminina em projetos de pesquisa e promover a permanência na carreira acadêmica nas diversas áreas do conhecimento, com premiações aos trabalhos científicos apresentados pelas meninas.

 

Em 2020, mesmo durante a pandemia, a PROPPG lançou o desafio “Meninas na Ciência: o combate”, junto ao X SICTI, de forma remota, contando com seis trabalhos selecionados de diferentes campi, em que as meninas pesquisadoras apresentaram suas pesquisas científicas ao público.

 

Em 2021, ainda remotamente, a PROPPG lançou o evento online com palestras, mesas redondas e, na oportunidade, lançou a primeira Chamada Interna convidando as pesquisadoras do IFPA a apresentarem propostas de projetos de pesquisa que tivessem como objeto o incentivo e o fortalecimento do papel fundamental que meninas desempenham nas áreas de pesquisas científicas, tecnológicas e inovação, contemplando 18 projetos de pesquisa institucionais. Junto ao XI SICTI, o desafio “Meninas na Ciência: o combate”, também contou com cinco trabalhos de pesquisas científicas apresentados por meninas.

 

 

 

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