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Alunos com deficiência competem na Etapa Estadual do JIFs 2022

  • Publicado: Terça, 04 de Outubro de 2022, 13h31
  • Última atualização em Terça, 04 de Outubro de 2022, 13h31
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A Etapa Estadual dos Jogos dos Institutos Federais (JIFs) 2022 reuniu 850 alunos em Marabá e, por isso, já é considerada a maior edição já realizada. Foram 16 campi do Instituto Federal do Pará (IFPA) competindo por medalhas em 11 modalidades esportivas. Além dos números expressivos, a edição se destaca por ser a primeira na qual há registros da participação de pessoas com deficiência.

Rodrigo Luciano Ferreira é aluno do curso de Agropecuária do Campus Conceição do Araguaia e ganhou medalha de bronze e de ouro na modalidade Natação. O estudante é uma pessoa com deficiência física e diz que, para ele, o esporte significa superação. “A natação é um esporte muito importante para mim, tanto como superação, para não ser uma pessoa muito sedentária, quanto para evoluções. Não pode se deixar levar só pelo fato de ser uma pessoa com deficiência, tem que ir além daquilo e provar que deficiência não significa tanto pra pessoa, é um momento de superação, um momento de reflexões, um momento de esfriar a cabeça na água, basicamente”, explica. 

O estudante conta que, inicialmente, entrou em contato com o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napne) do IFPA, com interesse em fazer aulas de Jiu-Jitsu, mas foi a oportunidade de fazer natação que surgiu primeiro. “Eu fiquei muito animado, teve um impacto muito grande, porque eu não tinha a mínima ideia de que poderia fazer natação, aí ela me apresentou a natação e de lá pra cá foi só sucesso. Eu quero chegar no auge, chegar ao máximo, meu objetivo é continuar treinando, treinando, treinando... minha primeira competição aqui foi ótima, mas eu sinto que eu preciso treinar mais, sempre querendo mais, buscar mais, chegar ao topo, ser reconhecido”, relata.

A professora do Campus Conceição do Araguaia, Adrieny Bernardo, conta que apesar de Rodrigo Ferreira ser o primeiro, ele não é a única pessoa com deficiência no campus a praticar esportes. “O Campus Conceição do Araguaia recebe nos últimos anos um número muito grande de pessoas com deficiência física, questão de baixa visão, surdos, e com isso o Napne do nosso campus tem um trabalho muito forte e em 2018 a professora Michele, que é a coordenadora do Napne do campus, me chamou, ela fez uma proposta que um aluno gostaria de praticar algum tipo de exercício físico, alguma atividade, que ele nunca tinha tido oportunidade, que era o Rodrigo Luciano, um cadeirante que atualmente está fazendo o terceiro ano de Agropecuária. A gente começou o trabalho com o Rodrigo, que foi o pioneiro, hoje temos mais dois alunos cadeirantes que também participam dessa ação”, destaca.

O objetivo do Napne é promover o sucesso escolar dos estudantes com necessidades educacionais especiais e o mundo do trabalho. O Núcleo está presente em todos os campi do IFPA. Para Adrieny Bernardo, o trabalho conjunto entre Napne e educação física pode render bons resultados. “Essa questão dos alunos dentro do Napne com esporte foi uma união sensacional, porque no começo era uma atividade apenas para integrar e hoje o Rodrigo se considera um atleta paraolímpico. A gente tá trabalhando outras propostas, ele vai participar de um nacional esse mês, em Brasília, e a gente fica feliz, é um fruto de dois anos. Atualmente, a gente sonha em ampliar a atuação do Napne, junto com a educação física, junto com o Núcleo de Esporte e Lazer, então ampliar essas atividades esportivas e levar o esporte a todos, é um direito de todos”, defende a docente.

A delegação do Campus Marabá Rural também contou com a participação de um atleta com deficiência. Ramon Gomes, aluno do curso de Agropecuária, foi goleiro na modalidade Futsal e fala sobre a importância que o JIFs teve na sua vida. “Foi algo que mudou completamente meus pensamentos a respeito de minha capacidade, lá eu conheci muitas pessoas que me elogiaram, me motivaram e fizeram eu perceber o quanto eu sou capaz de realizar meus sonhos. No JIFs eu aprendi que apesar da minha deficiência eu posso dar o meu melhor em quadra e ajudar meu time levando eles a vitória”, destacou.

O estudante sonha em ser goleiro profissional e ressalta que sua maior dificuldade não é a deficiência, é o preconceito. “Minha deficiência é algo que não me desmotiva a correr atrás dos meus objetivos, apesar de possuir deficiência eu não vejo dificuldade em acompanhar os demais atletas nos treinos, a única dificuldade que enfrento é a discriminação, por conta que no momento que entro na quadra, percebo os olhares críticos e duvidosos das pessoas a respeito de mim, e às vezes chegam pessoas falando que não dou conta, que não sou capaz e entre outras coisas, que se qualquer um escuta poderia até ser algo besta, mas às vezes me abala um pouco, confesso”, relata.

Rodrigo Ferreira também precisa lidar com o capacitismo e o preconceito, mas quer continuar treinando e alcançando cada vez mais resultados. O atleta estimula outras pessoas com deficiência a também praticarem algum esporte: “Se você é deficiente, continua, treina, faz esporte, se conseguir treinar, treina, se conseguir ir além, vai, que é só sucesso. Tem muitas pessoas que te apoiam, é só ir meter a cara, porque infelizmente ainda tem muitas pessoas que vão te desmerecer, mas o certo é tu ires em frente e fingir que não tá escutando nada, só vai”, incentiva.

Esse ano, a Etapa Estadual dos JIFs teve como anfitriões os campi Marabá Rural e Marabá Industrial. A próxima fase é a Etapa Nacional, que será realizada no Campus São José do Rio Preto, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). O evento acontece de 28 de novembro a 02 de dezembro e vai reunir todos os vencedores da Etapa Estadual.

 

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