Curso de Licenciatura em Educação do Campo forma primeira turma institucional do Campus Marabá Rural
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O Instituto Federal do Pará (IFPA) realizou, no dia 7 de julho, a colação de grau da primeira turma institucional do Campus Marabá Rural em Licenciatura em Educação do Campo, área de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Ao todo, 22 estudantes participaram do evento.
A oferta de Licenciatura em Educação do Campo no IFPA iniciou em 2010, por meio da adesão ao Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) que foi elaborado para a implementação deste curso nas instituições públicas de ensino superior de todo o país, voltados especificamente para a formação de educadores para a docência nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio nas escolas rurais. Em 2010, o IFPA contava com 16 turmas e pelo menos 960 alunos. Era a instituição com maior número de vagas ofertadas. De lá para cá, houve formatura em 2014 e 2018. E esta turma que se formou este ano, foi a primeira ofertada sem ser em parceria com outros órgãos. “A Licenciatura em Educação do Campo é uma luta e conquista do Movimento Nacional pela Educação do Campo, com objetivo de formar educadores do campo, tendo em vista a grande demanda de profissionais sem a graduação”, esclareceu a coordenadora do curso, professora Maria Suely.
“O curso ofertado é para preparar profissionais para atuar junto às populações do campo, das águas e das florestas. Eles poderão atuar no ensino fundamental do sexto ao nono ano, bem como na gestão escolar, além de abrir para capacitação em Educação de Jovens e Adultos- EJA”, destacou a professora.
A paraninfa da turma, a professora Rosemeri Scalabrin, explica que a solenidade é um rito de passagem importante para o IFPA-CRMB e fundamental para os formandos, diante da histórica exclusão das populações do campo à educação, onde a possibilidade de acesso ao ensino superior costuma ser impossível. Ela detalha que o curso de Licenciatura em Educação do Campo é organizado em alternância pedagógica. Fato que possibilita aos educadores das escolas do campo participarem do tempos-escola, nos meses de férias, e possam continuar sua atuação na escola do campo nos períodos de tempos-comunidade, tempo em que também realizam as pesquisas, seminários e demais atividades educativas.
Lisonjeada por poder participar deste momento importante para a turma que ela supervisionou o estágio. A professora comenta que tudo isso fortalece o sentimento de pertencimento ao campo. “O Campus Rural de Marabá sente-se cumprindo sua principal missão de promover a inclusão educacional e social por meio da formação de profissionais que contribuem e contribuirão com o processo de construção dos conhecimentos das crianças, jovens e adultos do campo com vista ao fortalecimento de suas identidades, mas também na construção do projeto de desenvolvimento sustentável do campo”, avaliou a professora Rosemeri Scalabrin.
Um dos estudantes que colaram grau foi Elberson Santos da Silva, 29 anos. Egresso do curso técnico do IFPA, ele é agricultor e tem aplicado parte dos conhecimentos da sala de aula em seu dia a dia na lida no campo. O licenciado comenta que a formatura de nível superior foi gratificante. Afirma que o Instituto acolhe as pessoas do campo com a opção de modalidade de alternância, tempo escola e tempo campo. Morando a 200 km da instituição, o regime de alternância criou condições para ele conseguir prosseguir nos estudos e cuidar do sítio. “Não foi fácil. Foi preciso correr à traz. Com a pandemia, não tínhamos internet, tivemos que vir para a cidade para estudar. O Instituto mudou minha visão e perspectiva. A importância deste curso de licenciatura é isto: você consegue viver no campo e estudar”, concluiu.
Licenciatura em Educação do Campo
Esta licenciatura conta com organização curricular em regime de alternância entre tempo-escola e tempo-comunidade. A proposta pedagógica de formação tem por base a realidade dos povos do campo e a especificidade da organização e oferta da educação básica às comunidades rurais.
Os professores são preparados para a docência nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação de jovens e adultos, nas áreas de Ciências Humanas e de Ciências da Natureza; Matemática e Linguagem: Códigos e suas Tecnologias, assim como para aturarem na gestão dos processos educativos na escola do campo e quilombola, participando ativamente da organização do trabalho escolar e pedagógico, assegurando condições de acesso aos cursos a partir de estratégias de formação para a docência multidisciplinar em uma organização curricular por áreas do conhecimento.
O ingresso ao curso se dá por meio de processo seletivo. E tem como prioridade a garantia da formação inicial de professores em exercício nas escolas do campo que não possuem o Ensino Superior.