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Projeto que auxilia na alfabetização de cegos é finalista em prêmio nacional

  • Publicado: Segunda, 24 de Setembro de 2018, 21h12
  • Última atualização em Quarta, 03 de Outubro de 2018, 14h08
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Um projeto voltado para pessoas com deficiência visual está dando visibilidade ao trabalho realizado por uma professora do IFPA Campus Belém. Elza Monteiro Leão Filha e seus alunos do 3º ano do Curso Técnico de Mecânica (I208 3TL) desenvolveram a Tecnologia Assistiva: Construção de Tecnologia Educacional Táteis por Prototipagem 3D para Jovens e Adultos Cegos e de Baixa Visão. O trabalho foi selecionado pelo Prêmio Respostas para o Amanhã como um dos cinco melhores da Região Norte.

Cada uma das 25 instituições de Ensino responsáveis pelos 25 Vencedores regionais será contemplada com um notebook e receberá o Selo digital de Vencedor Regional. Em sua quinta edição, o Prêmio ainda terá uma etapa Nacional. Os projetos selecionados disponibilizaram um vídeo para votação popular, no período de 17 a 24 de setembro.

Os cinco vídeos mais votados, um de cada região, serão considerados vencedores pelo júri popular. Uma banca julgadora selecionará, dentre os 25 vencedores regionais, os três vencedores nacionais. A seleção será em âmbito nacional, sendo que os três projetos vencedores podem ser de qualquer região.

Portanto, vamos votar para eleger o projeto do IFPA. Basta clicar AQUI. E o melhor, você pode votar quantas vezes quiser. Compartilhe o link com seus familiares e amigos e ajude a divulgar o trabalho dessa equipe tão talentosa.

O projeto – A ideia surgiu a partir da disciplina Educação Inclusiva, realizada pela professora Elza, no curso de Especialização em Docência para a Educação Profissional, Científica e Tecnológica. “Precisava desenvolver uma tecnologia educacional e lembrei de um amigo que participava da Associação de Cegos. Ele já havia comentado do número expressivo de crianças e adolescentes analfabetas em braile. Tive então uma ideia e trouxe para a turma colocar em prática. Sabia da potencialidade dos alunos e juntos aprimoramos uma tecnologia já existente: a reglete positiva, instrumento utilizado no braille. O nosso projeto criou celas unitárias a partir de um material mais resistente e aperfeiçoou os cilindros em alto relevo (dando formato de esfera e evitando o corte do papel)”, explica.

Braille – O braile é um sistema de escrita e leitura tátil, que consiste no arranjo de seis pontos em relevo. As letras são formadas a partir da combinação de seis pontos, que compõem o que é chamado de cela braile. A cela, por sua vez, é formada por duas colunas e três linhas de pontos. Cada combinação de pontos em relevo forma determinada letra ou sinal de pontuação. A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 64 combinações ou símbolos braile.

A professora – Graduada em Engenharia Mecânica (Universidade Federal do Pará), a professora Elza Leão traz no currículo Especializações em Ciência e Engenharia dos Materiais, Engenharia Clínica e Docência para a Educação Profissional, Científica e Tecnológica, Mestrado em Engenharia Biomédica (Universidade Federal da Paraíba), Doutorado em Engenharia Mecânica (Universidade Federal da Paraíba) e Pós-Doutorado em Biomateriais. Sua trajetória profissional teve início na indústria, onde atuou por 10 anos. “Foi lá que tive o contato com a prática, que aprimorei os ensinamentos apreendidos na universidade”, recorda. Com a chegada dos filhos, no entanto, o ritmo puxado de uma grande indústria ficou incompatível com as obrigações de mãe. “Resolvi investir nos estudos e seguir a carreira acadêmica”, explica a professora, há quatorze anos na Rede Federal de Ensino. Apesar das dificuldades enfrentadas na nova profissão, Elza não se arrepende da opção feita: “Infelizmente, temos pouco apoio, e quase nenhum recursos para investir em pesquisa. Os professores na maioria das vezes precisam colocar dinheiro do próprio bolso para realizar alguns projetos. E se não fosse à dedicação dos alunos, que muitas vezes não recebem nada por estarem envolvidos na pesquisa, os resultados não seriam tão positivos. O que vale a pena é o reconhecimento que recebemos dos alunos. Mais importante até do que qualquer prêmio. Vê-los crescendo, se aperfeiçoando e tomando gosto pela pesquisa não tem preço!”, garante.

 

Os alunos – O projeto conta com a participação de 20 alunos do 3º ano do Curso Técnico em Mecânica: André Vasques, Arthur Brandão, Athus Holanda, Daniel Vitor Silva, Felipe Diniz, Fernando Uiratan, Francisco de Assis, Gustavo Dias, João Paulo Costa, Lucas Costa, Paulo Henrique Santos, Rafael Negrão Rodrigues, Roberto Neto, Rodrigo Moreira, Ronathan Silva, Vinícius Silva, Vinícius Eustógio, Vitor Penedo, Wilgner Reis e Yancarlo Ramos.

A experiência tem representado não apenas mais conhecimento para os alunos. O estudante Fernando Uiratan, por exemplo, relata que o projeto desenvolveu outras habilidades. “Minha avó era deficiente visual e acompanhava a minha tia fazendo leituras para ela, instigando as emoções. O marido da minha prima não tem a perna, mas mesmo com a deficiência usa uma prótese e trabalha como médico. Percebi que todos nós, de uma forma ou de outra, temos limitações. Não se trata de ter pena. O grande desafio é desenvolver tecnologias para lidar com essas restrições. Participar do projeto me fez ter um olhar ainda mais sensível para essa realidade”, afirmou.

A percepção dos alunos de fato mudou. O estudante Rafael Negrão, por exemplo, está elaborando um projeto de extensão para desenvolver outra tecnologia assistiva. “No campus, temos um funcionário de limpeza que não tem a mão. A proposta é desenvolver uma prótese em ABS (tipo de plástico), numa impressora 3D, que será manipulada com fios, de forma mecânica”, explicou.

O prêmio – De abrangência nacional, o Prêmio Respostas para o Amanhã é uma iniciativa da Samsung, com coordenação geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC). Tem por objetivo estimular e difundir projetos desenvolvidos por alunos do Ensino Médio que estudam em escolas públicas.

Os projetos são desenvolvidos com todos os alunos de uma única turma que, por meio de ações investigativas e colaborativas que acessam os conhecimentos científicos, elaboram e propõem soluções simples para melhorar o lugar onde vivem, contribuindo, assim, para uma sociedade mais sustentável.

Em sua 5ª edição, o Prêmio traz como inovação o envolvimento de até três professores na realização do projeto. O professor coordenador que, obrigatoriamente deverá lecionar nas áreas das Ciências da natureza e da Matemática e suas Tecnologias, poderá indicar até outros dois professores parceiros que poderão lecionar em outras áreas como Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Para subsidiar o desenvolvimento dos projetos, o Prêmio disponibiliza aos professores e estudantes um conjunto de temas e conteúdos para enriquecer a sala de aula e os projetos dos alunos.

Os professores e alunos dos três projetos Vencedores Nacionais serão contemplados com uma viagem de Intercâmbio Científico Cultural, a ser realizado em outubro de 2018 em São Paulo.  Cada uma das três instituições de ensino responsáveis pelos projetos Vencedores Nacionais receberá o Selo digital de Vencedor Nacional. O resultado será divulgado no dia 26 de setembro.

 

 

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