IFPA promove Workshop sobre Internacionalização de Currículos
Fórum dos Gestores de Extensão abordou a aprendizagem integrada de conteúdo e linguagem
A Pró-reitoria de Extensão promoveu, durante o Fórum dos Gestores de Extensão, o workshop de "Content and Language Integrated Learning [CLIL]". O evento foi ministrado pela professora Verônica Rangel Barreto, Assessora de Relações Internacionais do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), e por Lukas Murphy, professor integrante do Programa English Language Fellow pela Embaixada Americana no Brasil.
A abordagem CLIL baseia-se em quatro princípios orientadores: conteúdo, comunicação, compreensão e cultura. É uma proposta de ensino centrada no aluno, em que os participantes do Fórum puderam vivenciar uma aula em inglês na qual toda a classe precisava colaborar e adotar uma postura mais dinâmica, crítica e criativa.
Ao longo da tarde, por meio de diversas atividades em Inglês e Espanhol, a dupla de professores buscou demonstrar os principais pontos que caracterizam o planejamento bem sucedido de uma aprendizagem integrada de conteúdo e linguagem. Os participantes do Fórum tiveram uma aula com base na abordagem CLIL que requer dentre outras estratégias: gerenciar a linguagem para escolher e introduzir vocabulários e estruturas; gerenciar fatores afetivos de forma a criar ambiente seguro de leitura, onde todos se sintam estimulados a participar; engajar os alunos conectando o aprendizado à vida real, que pode ser alcançado através da Aprendizagem Baseada em Projetos; demonstrar a importância de se dar um retorno avaliativo aos alunos, que os deixem saber como estão se desempenhando e que estabeleça expectativas realistas; evidenciar que, após cada aula, é preciso refletir sobre o ensino, pensar em como foi e o que poderia ser melhorado.
Para internacionalização do currículo não é suficiente ofertar apenas disciplina de língua estrangeira, ressalta Lukas Murphy, mas desenvolver um novo paradigma de ensino onde se estimule a comunicação, a colaboração e o pensamento criativo e crítico. “O conhecimento do Inglês é muito importante porque outra língua é uma fonte para compreender as outras pessoas, cultura e países. Quando uma pessoa tem o conhecimento de outra língua é como se um novo mundo abrisse e essa pessoa pudesse conhecer muitas coisas diferentes. Estudar línguas estrangeiras é importante e a missão da Embaixada é promover a compreensão e colaboração entre os países e os Estados Unidos. Para o Brasil é muito importante porque os Estados Unidos deseja que os brasileiros nos visitem, desfrutem e se sintam bem em nosso país. O inglês é um meio para conseguir esta troca cultural”.
A Pró-reitora de Ensino, Elinilze Guedes Teodoro, considera esta perspectiva apresentada pelo CLIL completamente nova e interessante, pois propõe o estudo integrado de um idioma dentro das disciplinas regulares do currículo. Não se trata exclusivamente da disciplina de Inglês ou Espanhol, mas disciplinas como História, Geografia, Biologia, Mecânica e Informática podem ser lecionadas em outro idioma como, por exemplo, o Inglês. “É uma perspectiva que exigirá fortalecer o ensino/aprendizado de novos idiomas por parte dos alunos e dos servidores. Para ampliar as parcerias e oferecer programa de mobilidade internacional, o IFPA precisa estar pronto, do ponto de vista institucional e de domínio dos idiomas, por parte de toda a comunidade interna”, explicou.
Para a Coordenadora de Relações Interinstitucionais do IFPA, Regina Coeli Morais Krelling, a internacionalização do currículo conforme foi proposta consiste em fazer uso da língua estrangeira no cotidiano de sala de aula. “Seja Engenharia, Biologia ou qualquer outra área do conhecimento, quando se leciona em outra língua, estará ocorrendo uma mudança de paradigma na forma de se aprender e ensinar. Lança-se mão do conhecimento, a criatividade, a cognição e a cultura ao mesmo tempo”, afirma.
Verônica Rangel explica que a abordagem pedagógica CLIL consiste em trabalhar uma segunda língua e o ensino de conteúdos escolares de forma integrada. Para tanto, se faz necessária a colaboração entre professores de idiomas e professores especialistas. “O que estamos propondo é uma quebra de paradigma para criamos a cultura de internacionalização de nossas instituições. É fundamental que a gente crie essas mudanças aos pouquinhos. As aulas e projetos podem ser funcionais e significativos, propondo soluções para a comunidade interna e externa. Assim, a internacionalização do currículo não se restringirá à mobilidade acadêmica – intercâmbio e ida e vinda de discentes/ pesquisadores, incluirá o ensino de línguas estrangeiras também, preparando os alunos e servidores em casa para o domínio de outra língua antes de enviá-los para vivência no exterior”, ressalta.
O IFPA é o sexto instituto a receber este Workshop, que foi ofertado ao Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Instituto Federal Fluminense (IFF), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Instituto Federal do Piauí (IFPI) e Instituto Federal do Maranhão (IFMA). “Nós iniciamos este projeto no Instituto Federal do Espírito Santo este ano em parceria com a Embaixada Americana. Isto aqui é o primeiro passo para despertar para a internacionalização do currículo. Trazer algo prático para que as pessoas abracem esta ideia, tomem para si, sabendo que é um desafio possível com planejamento estratégico para que a gente possa atuar de forma conjunta e sustentável. Nosso objetivo ao fazer esta proposta para a Embaixada é que, lá na frente, no médio e longo prazo, faça parte de um programa e política de internacionalização não só do IFES, mas também da Rede Federal. Esta é uma iniciativa do IFES junto ao Departamento de Estado Americano. O Lukas é doutor em Educação de Adultos e foi designado para vir trabalhar conosco, ele veio para o Brasil em fevereiro e vai ficar conosco até dezembro. Este trabalho trata-se de uma primeira fase, outras ainda virão”, explica Verônica Rangel.
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Texto: ASCOM IFPA Reitoria