Ir direto para menu de acessibilidade.
Brasil – Governo Federal | Acesso à informação
Página inicial > Últimas Notícias > IFPA promove rodada de conversa
Início do conteúdo da página
Últimas notícias

IFPA promove rodada de conversa

  • Publicado: Segunda, 21 de Janeiro de 2019, 16h29
  • Última atualização em Segunda, 21 de Janeiro de 2019, 16h29
imagem sem descrição.

 

Saúde mental e trabalho foram os temas abordados com os servidores

 

O que é saúde? O que meu trabalho significa para mim? Como está meu trabalho? Como eu estou me sentindo desempenhando as funções diárias? O que está faltando ou me irritando no trabalho? Qual a parcela que ele ocupa na minha vida? Como perceber que a nossa saúde mental está afetada? Tenho amigos e exerço outras atividades fora do trabalho? Como identificar quando meu colega precisa de ajuda e de que jeito ajudá-lo? Estas foram algumas das questões abordadas na rodada de conversa com os servidores do Instituto Federal do Pará (IFPA), realizada na tarde de quinta-feira, 17 de janeiro, no Centro de Educação a Centro de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância – CTEAD do IFPA. O evento, organizado pela Coordenação de Desenvolvimento e Avaliação (CDA) e Coordenação de Avaliação e Qualidade de Vida (CAQV/DGP) da Reitoria do IFPA, é uma iniciativa em alusão à Campanha Janeiro Branco que alerta para a importância de cuidar da saúde mental.

 

Com o tema “Saúde mental e trabalho: contribuições da psicodinâmica”, Dr. Leandro Passarinho, membro da Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPSO e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia-ANPEPP, abordou a importância de manter em equilíbrio todas as áreas da vida, dando ao trabalho o lugar que lhe cabe e evitando colocá-lo como o único sentido da vida. Chamou a atenção para as condições ambientais e o reflexo que podem exercer no bem-estar profissional.

 

“Do ponto de vista da teoria psicanalítica, o ser humano já nasce angustiado. O ser humano é um insatisfeito por natureza e sentir angústia faz parte da vida. No entanto, é preciso identificar as causas do que foge à normalidade, pois não existe trabalho sem desafio, dores ou prazeres. Então, a partir daí é preciso aprender a planejar e adotar estratégias defensivas para superar as angústias”, garante Dr. Leandro.

 

A competição no trabalho não é algo negativo quando se considera que ela impulsiona para o crescimento de toda a equipe, para o aprimoramento e qualidade dos serviços oferecidos. Dr. Leandro orienta que se a pessoa está insatisfeita com o salário, é preciso investir na própria qualificação, fazer pós-graduação, mestrado e/ou doutorado. Identificar o que nos angústia requer apontar as alternativas para minimizar ou sanar as causas da insatisfação. “O superior precisa ter sensibilidade para ver se há necessidade de flexibilizar um pouco, às vezes é recomendável adiantar um pouco o período de férias”, exemplifica Dr. Leandro.

 

Quando indagado sobre como amparar colegas que se isolam ou querem atenção de mais, que deixam de render tanto, sugere que a solução é fazer uma escuta atenta, dialogar de verdade, para que o colega possa se ouvir e se sentir incluído, realmente acolhido. Em situações mais graves, orienta que o servidor deve ser encaminhado para ajuda profissional e a instituição precisa de uma política de atenção à qualidade de vida do servidor. Recomenda não jogar o problema para debaixo do tapete, estabelecer a rodada de conversas para identificar os fatores que podem afetar o servidor, tais como: insatisfação com o ambiente, com os colegas, com o trabalho em si, com a carreira; problema de ordem familiar e/ou financeira.

 

Outro item que entrou em pauta foi a necessidade do servidor adotar a cultura de cuidar de si, compreender que o trabalho precisa lhe proporcionar alegria desde que seja encarado como uma parte de sua vida e não toda sua razão de viver. Não basta só cumprir e superar metas do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), precisa construir um bom relacionamento humano, relacionamento interpessoal, falar das dificuldades e como superar os desafios da função ou cargo. Dr. Leandro chama a atenção para o dever de ter atitude ética com os colegas, que é preciso evitar falar mal uns dos outros ou de querer saber das coisas erradas que os outros fizeram. “Nosso trabalho precisa ser orientado pela ética, o que requer uma autoavaliação e troca de informações. Formar equipes para fazer as rodadas de conversa. Mas, é preciso aceitar críticas e estar dispostos a melhorar”.

 

Sintomas que apontam para a necessidade de ajuda psicológica

Aparecimento de uma hora para outra de arritmia, pressão alta, gastrite, enxaqueca, distúrbios do sono, distúrbios alimentares, irritabilidade, isolamento são alguns dos sintomas que podem, retirando fatores genéticos ou biológicos, revelar alteração na saúde metal geradas pelo ritmo ou problemas de trabalho. “Cada um precisa identificar as causas de sua angustia, se perguntar o porquê estou aborrecido como meu trabalho? Às vezes, só reorganizar a sala, a mobília, a iluminação e a climatização já fazem uma diferença enorme no humor e bem-estar. Não existe um trabalho ideal, todos vão gerar certo grau de angústia. O trabalhador precisa entender que diante de uma multidão desempregada, quem está trabalhando é um privilegiado. Então, para avaliar sua insatisfação com o trabalho é preciso pesar os ganhos que ele te proporciona, não só o financeiro, mas ganhos afetivos, respeito e admiração, status, afeto, carinho e desenvolvimento pessoal. Se não consegue descobrir as causas de sua angústia sozinha, num processo de autoconhecimento, é preciso buscar ajuda e vencer o preconceito contra o tratamento e acompanhamento psicológico”, garante Dr. Leandro.

 

Dinâmica e interação

Ao final da rodada de conversa, o técnico administrativo do Instituto Federal do Amapá (IFAP) Cristian Castro, que está em regime de Colaboração Técnica no IFPA, coordenou a dinâmica “Feitiço vira contra feiticeiro” fazendo os participantes interagirem com os colegas. Além da dinâmica, Castro ressaltou que para atingir o equilíbrio e manter a qualidade da saúde mental, o servidor precisa lembrar-se da “Roda do Equilíbrio da Vida” que, por exemplo, inclui como prioridades a família, profissão, espiritualidade, relacionamento, saúde, finanças, lazer e comunidade. “Pelo índice de adoecimento dos servidores na instituição, este tipo de evento ajuda a entender que o trabalho é importante, mas que a própria vida e a família são ainda mais relevantes. É importante saber como está seu relacionamento com o todo, identificar onde não está bem, criar metas para mudar sua realidade com aquela área de tua vida, com a comunidade e com quem convive. Se você não está se sentindo bem, a pergunta que fica é: você faz parte de algum projeto voluntário? Você faz doações? Você faz visita aos doentes nos hospitais? É preciso identificar as ações que te fazem bem e começar a praticar boas ações. O que você faz fora do trabalho lhe ajudará no bem estar psicológico”, complementa Castro. 

 

O técnico da DGP do IFPA Gabriel Castro Santos e a coordenadora de Desenvolvimento de Avaliação da DGP, Deize dos Santos Gonçalves Freire, avaliam que o evento foi um sucesso. “O auditório ficou lotado, foi preciso buscar mais cadeiras, só cabem 35 pessoas e vieram 43 servidores. O palestrante muito capacitado e conseguiu responder todas as dúvidas. Agradecemos aos servidores que vieram interagir e prestigiar Dr. Leandro que veio voluntariamente dialogar conosco sobre este tema tão relevante que é saúde mental. Abordar temas de âmbito comportamental pode melhorar a cultura e o clima organizacional, que só se modificam com a participação dos servidores nos eventos, palestras, rodadas de conversas e dinâmicas”.

 

Texto: ASCOM IFPA Reitoria

 

 

registrado em:
Fim do conteúdo da página