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Reingresso: IFPA diploma 125 alunos pela EAD

  • Publicado: Quarta, 30 de Janeiro de 2019, 17h38
  • Última atualização em Quarta, 30 de Janeiro de 2019, 17h39
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O Instituto Federal do Pará começou 2019 com o pé direito na Educação a Distância! Por meio do Reingresso, processo iniciado em 2015, o IFPA vai entregar o diploma, até o fim do primeiro trimestre deste ano, a 125 alunos de turmas antigas dos cursos técnicos ofertados pela Rede e-Tec Brasil/IFPA iniciadas entre 2010 e 2011.

Mas, o que é o Reingresso?

 

Em 2015, a equipe da Rede e-Tec Brasil no IFPA fez um levantamento que constatou um número relevante de alunos evadidos, mas que tinham poucas pendências para finalizar os cursos. “Muitos alunos que desistiram estavam pendentes com uma disciplina ou duas, alguns estavam aguardando somente a dependência ou para fazer uma prova de segunda chamada. Foram constatados alunos que já estavam com as disciplinas todas concluídas e para os quais só faltava o estágio”, enumera Kamila Barbosa, coordenadora geral do programa no IFPA.

O número grande de alunos que abandonaram os cursos nesse período, contudo, tinha uma justificativa: em 2012, em meio às atividades e módulos, o IFPA passou por uma intervenção federal e muitos projetos tiveram que ser temporariamente interrompidos, incluindo os cursos da Rede e-Tec Brasil. “Nesse tempo, a metodologia de trabalho da EAD era muito baseada nos momentos presenciais que aconteciam nos polos. Praticamente, todo final de semana ou todo final de disciplina, os tutores iam aos polos e isso obviamente demandava recurso financeiro, pois precisava de diárias e de passagens. E, nesse momento, a Rede e-Tec Brasil ficou sem os recursos necessários para fazer todas essas viagens”, detalha Márcio Wariss, chefe do Departamento de EAD no IFPA.

Mesmo sofrendo a intervenção, o IFPA buscou ajuda junto à coordenação da Rede e-Tec Brasil no Ministério da Educação - MEC para prosseguir com as turmas. “Explicamos a situação e então nos foram passados novos recursos. Conseguimos e remediamos aqui e ali, mas não foi como nós gostaríamos que realmente fosse, não foi ofertado da maneira ideal, apesar de nós fazermos nosso esforço máximo”, avalia Márcio.

De acordo com Kamila, nesse período, entre negociações, os alunos chegaram a ficar seis meses sem atividades, então, muitos desistiram. A coordenadora explica ainda que com o fim daquela edição do programa, em 2013, não foi possível manter coordenadores de polos, que tinham contato mais próximo com os alunos e muitos abandonaram o curso por desconhecer sua própria situação no programa. “Os alunos ficaram desorientados nos campi. Então, eles não sabiam como fariam para receber o certificado ou que documentos precisariam para dar entrada no pedido do diploma”, afirma a coordenadora.

 

Diante do cenário identificado pela equipe da Rede e-Tec no IFPA, foi planejado o chamado Reingresso, uma ação do programa para resgatar alunos não concluintes dessas turmas já encerradas. No final de 2015, o edital foi lançado: foram 225 inscritos, em dez polos, em seis cursos diferentes. Assim, alunos de Moju, Itaituba, Ipixuna, Santa Maria, Capanema, Juruti, Ananindeua, Santana do Araguaia, Muaná e Vigia foram contemplados com a oportunidade de terminar seus cursos técnicos de Aquicultura, Informática, Metalurgia, Saneamento, Eventos e Pesca.

Permanência e êxito

 

Também em 2015, começou-se a desenhar o Plano de Permanência e Êxito do IFPA. Mesmo sendo concomitante a esse processo, o Reingresso, segundo Márcio Wariss, pode ser avaliado já como uma ação positiva dessa política institucional. O objetivo do Plano, afinal, era justamente criar uma comissão permanente, a fim de elaborar e implementar ações visando o êxito de alunos, garantindo o acesso, a permanência e a conclusão de cursos desses estudantes, com vistas à inclusão social e à profissionalização.

“Projetos como o do Reingresso são fundamentais para o fortalecimento de ações que oportunizam ao educando a conclusão com êxito acadêmico, garantindo, assim, os direitos de cada estudante”, resume Marta Caetano, presidente da Comissão Permanente de Permanência e Êxito do IFPA.

Assim, do total dos inscritos no Reingresso, 125 conseguiram finalizar o curso e passam pelo processo de diplomação. De acordo com Márcio Wariss, esperava-se com o edital que, pelo menos, 50% dos inscritos alcançassem êxito nessa nova oportunidade – meta essa superada, já que 55% deles estão recebendo ou aguardando o diploma. “Em termos numéricos, pode parecer pouco, afinal, falamos da metade. Mas, sem privilegiar os números, e sim cada aluno, cada pessoa, cada vida, acredito que o Reingresso foi muito importante. Para nós do IFPA, dar a esses alunos a possibilidade de finalizarem os seus cursos era uma questão de justiça”, completa.

Histórias

 

Um dos comtemplados com o Reingresso foi Edmilson Pereira de Melo, concluinte do Curso Técnico de Metalurgia, em Abaetetuba. Hoje com 39 anos, o egresso recebeu seu diploma em dezembro de 2018, após retomar as atividades em 2016. Quando ingressou na Rede e-Tec Brasil, em 2011, ele já trabalhava na área de manutenção de máquinas em uma indústria produtora de óleo de palma. “Na época, [Metalurgia] foi um curso que me interessou bastante, pois servia tanto para quem quer trabalhar com metais como com a parte de manutenção, como eu”, conta ele.

Hoje, ele trabalha em outra empresa do mesmo ramo e o diploma veio em boa hora. “Eu estava precisando finalizar esse curso e pegar o diploma para poder dar entrada na minha promoção no trabalho. Graças a Deus, com o diploma em mãos, eu já consegui dar entrada nessa promoção”, explica Edmilson. O egresso declara que quer continuar investindo na carreira. “O plano é que agora eu vou passar para supervisor. Continuando e me aprimorando, espero que logo eu possa chegar ao cargo de coordenador. Depois, vou fazer um curso superior, para poder chegar ao cargo de gerente”, sonha.

Oscarina Silva também fez parte desse sonho, mas não como aluna. Ela foi coordenadora do polo de Juruti (vinculado ao campus de Santarém), onde foram ofertados os cursos de Pesca, Aquicultura e Saneamento. Professora da rede pública municipal, Oscarina sempre acreditou no projeto, tanto que, mesmo sem vínculo oficial, ela continuou como voluntária e colaborou para localizar e incentivar os alunos daquele polo. Agora, são 46 alunos que aguardam por seus diplomas até fevereiro deste ano.

Oscarina entrou para o programa bem no início, quando o IFPA buscou nos municípios parceiras na infraestrutura e mão-de-obra para a Rede e-Tec Brasil. Assim, em 2008, o programa foi iniciado em Juruti. Desde então, sua participação foi e continua sendo fundamental para esses alunos. No Reingresso, a professora colaborou, voluntariamente, com cada etapa, inclusive resgatando notas e dados de seus estudantes.

“Tive que criar no polo uma forma de manter todas as informações dos alunos, para que não se perdessem nessa trajetória. Foi aí que comecei a elaborar mapas individuais com as informações de cada atividade resolvida pelos alunos; tudo o que os alunos faziam eu tinha que registrar. Mantive um banco de dados dos alunos que facilitou nossos reencontros”, narra Oscarina.

O programa teve seus desafios, foram inúmeras paralisações, mudanças no contexto dos cursos, o que acarretou uma evasão muito grande. Foi um dos maiores desafios da minha vida profissional fazer os alunos acreditarem que daria certo”, continua a ex-coordenadora de polo. “Aqui no polo, tive uma relação de mãe com os estudantes e até hoje eu os chamo de filhos e filhas, e eles têm o maior respeito por mim”, brinca. “Quanto à felicidade? Não tem tamanho! Saber que todo seu esforço valeu a pena... Meu coração se emociona porque criei um vínculo tão grande com esses alunos!”, conclui.

Sintia Costa também faz parte dessa história. A pedagoga e bióloga realizou, junto à coordenação local da Rede e-Tec Brasil, todo o levantamento que culminou no Reingresso. É ela também quem está acompanhando e analisando toda a documentação para a diplomação dos alunos. “O reingresso foi um grande desafio! Não é simples lidar com tantos alunos, de diferentes municípios ao mesmo tempo, e também manter a interação com os professores, com relação à postagem das atividades no ambiente virtual de aprendizagem, enquanto o curso foi reofertado”, avalia.

“O esforço de ambas as partes foi fundamental para que pudéssemos enfim finalizar esse certame. A partir de agora, cada aluno inicia sua própria jornada em busca do seu reconhecimento no mercado de trabalho. Destaco atribuições fundamentais para que esse objetivo seja alcançado: ética, perseverança e disciplina. Jamais desistam de seus sonhos e aspirações profissionais!”, aconselha Sintia.

 

Texto: Íris Jatene | CTEAD IFPA

 

 

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