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IFPA oferta Libras - módulo III

  • Publicado: Quinta, 31 de Janeiro de 2019, 19h35
  • Última atualização em Quinta, 31 de Janeiro de 2019, 19h46
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Servidores e estudantes aprendem sing writing e ampliam conhecimentos de Língua de Sinais

 

Após aprenderem as noções básicas sobre o Alfabeto Manual, a Datilologia em Língua Brasileira de Sinais (Libras), conhecerem a legislação e um pouco mais sobre a história da comunicação dos surdos, foi a vez dos participantes do III módulo do Curso de Libras descobrirem e conhecerem o Sing Writing, a Língua de Sinais escrita. O curso de Libras é uma iniciativa da Coordenação de Desenvolvimento e Avaliação (CDA) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Foi ofertado pelo IFPA a pedido do Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) do Campus Belém.

Durante as aulas, ministradas de 21 a 25 de janeiro, no auditório do Departamento de Produção Audiovisual e Educação à Distância (Depaed) do campus Belém, os participantes do módulo aprenderam que o Sing Writing, criado por Valerie Sutton, em 1974, é um sistema de escrita da Língua de Sinais. Registra e expressa os pontos de articulação, as marcas não manuais, as formas de mãos, a direção, os movimentos, planos e contatos. Assim, tudo o que é expresso em Libras, pode ser escrito por meio deste sistema que vem se difundindo pelo mundo. O professor que ministrou os três módulos do curso, José Sinésio Torres Gonçalves Filho, se expressa em Libras e em Sing Writing, e enquanto surdo, explica com o auxílio de interprete, o quanto este sistema de comunicação é essencial e facilita a comunicação com as pessoas com deficiência auditiva. Além da abordagem teórica, traduzida pela intérprete de Libras do Campus Belém, Bethânia Alves Sena, as aulas contaram com atividades para assimilação e compreensão do conteúdo.

O professor de Física do IFPA campus Abaetetuba, Esdras Franco, um dos participantes do curso, comenta que esta capacitação ampliou sua compreensão sobre o universo de comunicação com os surdos. Explica que a disciplina que ele leciona é de difícil compreensão até para quem é ouvinte, principalmente quando se aborda conceitos abstratos. Para trabalhar com surdos, professor Esdras relata que se colocou no lugar do aluno e percebeu a necessidade de escrever e pensar as teorias a partir da forma de pensar dos surdos. “Este módulo foi muito importante para aprender como se escrever em Sing Writing. Estou desenvolvendo um trabalho em Abaetetuba e precisava deste conhecimento para poder traduzir os conhecimentos de Física para um aluno que é surdo. A gente sempre vai encontrar pessoas surdas com as quais nós precisamos nos comunicar. Não basta o Campus ter um interprete de Libras, pois tem muito conhecimento técnico que ainda não tem sinal e isso dificulta o aprendizado do surdo. Essa convivência nossa, professores, com surdos com o conhecimento do professor Sinésio ajuda a nos conscientizar quanto à dificuldade dos surdos”, avalia.

“Eu achei que o terceiro módulo fosse apenas avançar sobre o que vimos nos outros dois, não pensei que fôssemos aprender tantas coisas novas. Nesta semana, descobrimos que sabemos bem pouco sobre Libras, vimos o básico do básico. Mas, foi essencial para aprofundar nosso conhecimento sobre o assunto e despertar para, a partir daqui, buscar outros cursos, pois Libras é uma nova língua”, garante a estudante de Pedagogia na UFRA, Paula Letícia da Luz Ferreira.

Professor Sinésio explica que a Língua de Sinais, num primeiro momento, parece difícil, mas à medida que se vai olhando, vai compreendendo e aprendendo. “Ter dúvidas é algo normal, os estudantes de Libras. É no contato com os surdos que se desenvolve a Libras. Os surdos só contam com a leitura labial, mas esta comunicação, sem os sinais, é muito confusa, pois não é fácil distinguir uma palavra de outra, não consegue diferenciar os detalhes, a diferença entre ‘d’ e ‘t’, ‘p’ e ‘b’, ‘c’ e ‘d’ é muito difícil para quem não ouve. O estudo de sinais facilita a comunicação com surdos. Toda nova língua é difícil, Inglês e Japonês são difíceis de aprender, como toda nova língua, exige que se pense em inglês, em japonês. Da mesma forma é para o surdo, é difícil compreender a Língua Portuguesa, há muitas regras gramaticais, por isso é importante os ouvintes saberem Libras”, orienta.

A chefe do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napne) do IFPA, campus Belém, professora Priscila Giselli Silva Magalhães Priscila, relata que o III módulo do curso de Libras a ajudou a ter um outro olhar. “Eu achava que Sing Writing não era importante para nós ouvintes, porém, aos poucos, aqui no curso, eu fui percebendo a importância desta forma de escrita e registro da Língua de Sinais. Agora compreendo que é fundamental para a independência do surdo. Eu nunca tinha feito um curso assim, foi totalmente diferente de tudo que eu tinha visto, foi muito importante para mim”, assegura.

Os três módulos do curso abordaram os conhecimentos básicos de Libras, com o objetivo de promover a inclusão, abrir e manter diálogo com a comunidade surda, facilitando o trabalho e convivência dos servidores com estudantes e servidores.

Texto e foto: ASCOM IFPA Reitoria

 

 

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