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Ciência é lugar de mulheres e meninas

O mundo vem mudando e há muito espaço para a atuação, sensibilidade e criatividade feminina

 

  • Publicado: Terça, 12 de Fevereiro de 2019, 11h20
  • Última atualização em Terça, 12 de Fevereiro de 2019, 11h21
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Em pleno século XXI, quando se pensa em ciência e pesquisa, logo vem à mente a figura masculina, embora, hoje em dia, as mulheres sejam mais da metade dos estudantes em salas de aulas de cursos de nível superior. Diante disto, fica clara a necessidade de transpor as barreiras ideológicas e os estereótipos que perpetuam a visão de predomínio masculino na pesquisa.  O “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”, comemorado no dia 11 de fevereiro, contribui para colocar em pauta esta temática e dar visibilidade ao protagonismo das mulheres no campo científico para que as meninas que escolhem a pesquisa como profissão e tenham em quem se inspirar. 

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), por meio de ação conjunta da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PROPPG) e da Assessoria de Comunicação (Ascom) do IFPA, aproveita a data para parabenizar todas as 861 pesquisadoras que se dedicam de todo coração à Ciência dentro do Instituto.

Uma destas pesquisadoras do IFPA, a Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Helena do Socorro Campos da Rocha, cometa sobre alguns desafios a serem superados pelas meninas que escolhem a Ciência. “A presença da mulher neste meio é um desafio por conta da Ciência estar sempre vinculada ao homem, ao masculino. Eles, ainda hoje, têm mais credibilidade, mais financiamento, embora isto venha sendo transformado aos poucos”.

A questão de gênero, com a presença do feminino na Educação e na Ciência, não é mais um empecilho. Nos últimos anos, a presença da mulher na formação de professores já é até superior à presença de homens. De acordo com Helena Rocha, para fazer Ciência, as pessoas estavam habituadas a pensar que era complicado, tinha certa resistência, pois pensava que era preciso manusear equipamentos. Mas, a Mestre explica que, na verdade, assim como na formação de professores, o fazer Ciência contempla dois fatores básicos que precisam ter todo pesquisador e todo o ser humano: criatividade e inovação.

“Não existe Ciência sem criatividade. As pessoas pensam que inovação é construir coisas inéditas, novas. Mas não é. No século XXI, a maioria das coisas já foram descobertas e inventadas. E, agora, na verdade, para solucionar problemas que estão a tua volta, basta pegar as coisas que estão à tua volta, que outras pessoas já construíram e modificar aquilo em favor do que você precisa e quer resolver. Isto é criatividade, isto é inovação. Não precisa de equipamentos caríssimos, fazer contas enormes para você fazer ciência. Justamente por este ingrediente, a criatividade, que faz parte do feminino, é que isto facilita a postura da mulher na Ciência”, garante Helena Rocha.

A presença da mulher na Ciência não é uma postura combativa ao homem, mas a ocupação de espaços predominantemente ocupados há décadas por eles. Helena Rocha ressalta que este dia, dedicado à mulher e meninas na Ciência, é essencial para mostrar que não existe um lugar determinado, cristalizado, no mundo da Ciência para as mulheres. “Nós podemos estar atuando desde as ciências ditas como duras, até as consideradas mais flexíveis, que é a Educação. Mas, pode estar, a exemplo da professora Sabina da Memória, em um lugar que antes era tido eminentemente masculino. Sabina da Memória está lá trabalhando com materiais para substituir um osso, um dente, na odontologia, ortodontia e na ortopedia, que são lugares predominantemente masculino. Ela passou a ocupar este espaço com a criatividade feminina. A criatividade, aliada à sensibilidade, conseguiu abrir espaço e se fincar ali nas possibilidades do fazer ciência”, comenta.

O que diria para as meninas sobre a ciência?

“O lugar da menina na ciência, é em qualquer ciência que ela quiser. Ela pode estar no lugar que ela escolher. Mesmo que a sociedade não dê a devida importância, ela precisa saber que o lugar que ela escolheu é importante. Ela com sensibilidade e criatividade, ela vai conseguir estruturar este lugar dela, marcar o espaço do feminino, da mulher ali”, incentiva Helena Rocha as novas estudantes do IFPA que querem serem pesquisadoras.

Era proibida a participação da mulher na Ciência?

“Nunca foi proibido a mulher fazer ciência. Mas, existiam empecilhos ideológicos que não permitiam que as mulheres fizessem sucesso nas engenharias, no campo da física e da química. Os nossos livros, quando vão relatar as grandes invenções, do nosso século, por exemplo, na ciência da informação, na informática, se observa que tudo começa com uma mulher, mas a mulher tem pouca representatividade”, observa Helena Rocha.

Helena Rocha comenta que existiram mulheres que deram a cara a tapa sim, lá no início. Elas se colocaram como engenheiras no início do século XX. Mas, elas não tiveram a visibilidade que as do século XXI, onde as próprias instituições buscam dar o devido destaque, como o trabalho que a Ascom do IFPA está fazendo. Dar destaques aos nomes femininos, para as meninas que estão iniciando tenham em quem se inspirar, tem o poder de alavancar aquilo que a sociedade freou no passado, essa representatividade, que a impedia de enxergar que tem uma mulher, que além de mulher é cientista; que além de mãe é cientista. Que tem uma mulher, que além de mãe e negra é cientista. Que tem uma mulher cientista obesa, que nem a obesidade excluiu sua criatividade. Descobre-se que as diferenças não servem como freio ao potencial das mulheres.

Falar das mulheres na Ciência serve para que as alunas, futuras cientistas, iniciantes de projetos de iniciação científica, consigam visualizar as pesquisadoras desta nossa instituição, que é enorme. Tudo isto serve de alavanca para que elas não parem, e saibam que podem estar em qualquer ciência, ciências duras, moles, flexíveis, ditas difíceis e ditas fáceis.

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