Mulheres podem atuar em todas as áreas
Embora, ainda em minoria, mas em pé de igualdade com os colegas do sexo masculino, as meninas estão consolidando seu espaço na Informática
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Embora, ainda em minoria, mas em pé de igualdade com os colegas do sexo masculino, as meninas estão consolidando seu espaço na Informática
Em alusão ao “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”, comemorado no dia 11 de fevereiro, que celebra o protagonismo feminino na ciência, iremos apresentar a trajetória de outra mulher que vem fazendo a diferença em sua área de atuação. Agora é a vez de conhecer o trabalho de Rita de Cássia Cerqueira Gomes, professora dos cursos de Informática do IFPA Campus Belém.
Há 22 anos lecionando no Instituto, em cursos técnicos e de graduação, a professora Rita Gomes é o exemplo claro de que as mulheres podem – e devem! – atuar em qualquer área. Inclusive naquelas consideradas “redutos masculinos”, como a Informática.
É bem verdade que a situação já foi bem mais desigual anos atrás. Mas basta entrar na sala de aula – ou ainda na sala de professores – do curso de Informática para perceber que as mulheres ainda são minoria. A diferença foi explicada, durante muito tempo, pela questão cultural, que historicamente associou as áreas de Exatas ao sexo masculino e as áreas de Humanas e Saúde ao sexo feminino.
Mas se isso nunca fez sentido, hoje, definitivamente, faz menos ainda. Que o digam as carreiras bem-sucedidas de mulheres na Engenharia e de homens na Sociologia, por exemplo. “A questão cultural tem seu peso, mas a personalidade e a oportunidade são determinantes na escolha profissional e no sucesso na carreira”, destaca Rita Gomes.
E a professora fala com conhecimento de causa. Quando criança, recebia de presente bonecas, mas preferia brincar com quebra-cabeças. “Sempre gostei da lógica e da estratégia. Lembro que meu pai comprou um computador e me deixava brincar com alguns jogos – desde que ele próprio ligasse o equipamento. Na terceira vez, apenas pela observação, já tinha aprendido como funcionava”, recorda.
Foi o pai, José Gomes, engenheiro da Embratel, o seu maior incentivador. “Ainda adolescente, participei de cursos de programação, abertos para parentes dos funcionários. Lá também tive a oportunidade de me comunicar em rede – antes mesmo do surgimento da Internet. Fiquei apaixonada por aquilo tudo. Na hora do vestibular, estava decidida: queria cursar Informática”.
Apesar de ser uma das poucas mulheres na turma de graduação (Cesupa) – e depois na Especialização (UFPA) e no Mestrado (UFSC) –, Rita Gomes afirma que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. “Sempre fui respeitada e sempre tive o apoio dos colegas”, garante.
No mercado de trabalho não foi diferente. Logo que se formou, foi aprovada no concurso do IFPA para o cargo técnico de programadora. “Fui muito bem recebida e aprendi bastante nos dois anos e meio em que atuei nas áreas de programação e de Suporte de TI”, explica.
Quando soube que seriam abertas vagas para o cargo de professor de Informática, Rita Gomes não pensou duas vezes. “No início, foi difícil, afinal lidava com máquinas e trabalhar com gente é completamente diferente e desafiador”. Já se passaram 22 anos e a professora não se arrepende da decisão. Nesse período, atuou no Parfor, Proeja, Pronatec, Educação à Distância. Também lecionou no Cesupa, em cursos de graduação e pós-graduação na área de informática.
“Ainda hoje, as alunas estão presente em menor número – tanto nos cursos técnicos, como na graduação. Algumas chegam tímidas, mas, quando estimuladas, percebem que têm o mesmo potencial dos colegas”, avalia.
Atualmente, além da sala de aula, a professora orienta vários TCCs de alunos – 90% na área de inteligência artificial e o restante em redes de computadores. Também coordena projetos de extensão e participa do grupo de pesquisa “Meninas Digitais Pará”, que reúne cerca de 17 profissionais na área de Informática de diversas instituições, como IFPA, UFPA, UFRA, Unama e Cesupa.
Mesmo em menor número na área, assim como a professora Rita Gomes, as mulheres estão consolidando seu espaço na Informática. “Somos minoria em número, mas em pé de igualdade com os colegas do sexo masculino no que se refere à dedicação e competência”, ressalta a professora.